quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Medina Carreira arrasa toda a política económica e fiscal de Sócrates

Hoje, Sócrates começou já a justificar o fracasso das suas políticas com a crise internacional. Há cerca de duas semanas, na SIC Notícias, Medina Carreira, fiscalista e antigo Ministro das Finanças, desmacara e arrasa Sócrates.
Eis algumas das declarações bombásticas, que, curiosamente, nunca foram desmentidas pelo governo:
«Em 2009 estaremos pior do que em 2005».
«Portugal tem a carga fiscal insustentável de 38% do PIB, que é igual à da Alemanha, superior à da Grã-Bretanha e à da Espanha».
«Não tentem embebedar as pessoas com a conversa da maldita crise internacional, porque quando a crise passar lá fora, passa cá dentro, mas quando passar cá, nós ficamos pobrezinhos como estamos, em decadência permanente»
«As receitas do turismo, que são as grandes receitas do País, não dão para pagar os juros do que devemos ao exterior.[...] Nos últimos três anos, Portugal tem um endividamento diário de 48 milhões de euros. Por hora, Portugal endivida-se em 2 milhões de Euros
«A nossa dívida externa era, em 2007, de 440 mil milhões de euros: são cerca de 250% do PIB. Devemos 2,5 vezes o que produzimos durante um ano! Agora já deve ir em mais de 500.000.000.000 de euros. Essa é a dívida externa. Os nossos filhos é que irão pagar esta dívida».
«Eu tenho dúvidas sobre tudo, porque nós vivemos da notícia; não vivemos da realidade. Por onde o PM vá, há espectáculos montados. Não acredito em nada e os Portugueses têm razões para não acreditar: há muitas coisas que foram anunciadas e não são feitas».
«Este governo chegou ao poder para não aumentar os impostos e 15 dias depois fez galopar os impostos. Nada é para levar a sério».
«Quanto aos apoios anunciados, esta ideia de que se põe o dinheiro a circular e faz enriquecer o país é uma verdadeira patetice».
«Os partidos políticos não cumprem as leis que eles próprios criam, prometem o que sabem que não cumprirão, sugerem modelos de desenvolvimento sem qualquer fundamento sério, criticam na oposição o que fazem no Governo e desculpam-se neste do desconhecimento daquilo que é indesculpável não conhecer.»
«Quem vier na próxima legislatura vai encontrar um país pior, porque esta legislatura não consertou nada».

Além disso fala da educação, da escola inclusiva, etc.
«Como os alunos não precisam de fazer exame, não precisam de estudar. Se, diante dos alunos, estivessem só professores catedráticos, os alunos aprenderiam exactamente a mesma coisa».
«Sou anti-Magalhães, que é uma fantochada».
«O grande professor não está para aturar aquilo».
«Não levo a sério os exames que este Ministério faz. Devem ser elaborados por entidades independentes, externas ao Ministério».
Vejam o que ele diz, depois, da (in)disciplina na escola e do que ele próprio já teve ocasião de dizer à Ministra. 5 dias antes do Mário Soares falar no assunto, já Medina Carreira alertou para os perigos de as nossas condições serem idênticas às dos Gregos e de os mesmos desacatos se poderem repetir aqui em Portugal.
«Os Portugueses estão a acumular irritações».

Não percam a entrevista na íntegra em
http://sic.aeiou.pt/online/scripts/2007/videopopup2008.aspx?videoId=%7BFAC8D8E5-0EDB-45B5-BB20-8F332BE338DC%7D

Santo Natal

Votos de um Santo Natal para todos vós e vossos familiares!

Valter Lemos despido por Filomena Mónica

Valter Lemos nunca participou em debates parlamentares, nunca demonstrou possuir uma ideia sobre Educação. A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, tem aparecido na televisão e até no Parlamento, o mesmo não sucedendo ao seu secretário de Estado, Valter Lemos. É pena, porque este senhor detém competências que lhe conferem um enorme poder sobre o ensino básico e secundário. Intrigada com a personagem, decidi proceder a uma investigação. Eis os resultados a que cheguei. Natural de Penamacor, Valter Lemos tem 51 anos, é casado e possui uma licenciatura em Biologia: até aqui nada a apontar. Os problemas surgem com o curriculum vitae subsequente. Suponho que ao abrigo do acordo que levou vários portugueses a especializarem-se em Ciências da Educação nos EUA, obteve o grau de mestre em Educação pela Boston University. A instituição não tem o prestígio da vizinha Harvard, mas adiante. O facto é ter Valter Lemos regressado com um diploma na "ciência" que, por esse mundo fora, tem liquidado as escolas. Foi professor do ensino secundário até se aperceber não ser a sala de aula o seu habitat natural, pelo que passou a formador de formadores, consultor de "projectos e missões do Ministério da Educação" e, entre 1985 e 1990, a professor adjunto da Escola Superior do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Em meados da década de 1990, a sua carreira disparou: hoje, ostenta o pomposo título de professor-coordenador, o que, não sendo doutorado, faz pensar que a elevação académica foi política ou administrativamente motivada; depois de eleito presidente do conselho científico da escola onde leccionava, em 1996 seria nomeado seu presidente, cargo que exerceu até 2005, data em que entrou para o Governo. Estava eu sossegadamente a ler o Despacho ministerial nº 11 529/2005, no Diário da República, quando notei uma curiosidade. Ao delegar poderes em Valter Lemos, o texto legal trata-o por " doutor", título que só pode ser atribuído a quem concluiu um doutoramento, coisa que não aparece mencionada no seu curriculum.Estranhei, como estranhei que a presidência de um politécnico pudesse ser ocupada por um não doutorado, mas não reputo estes factos importantes. Aquando da polémica sobre o título de engenheiro atribuído a José Sócrates, defendi que os títulos académicos nada diziam sobre a competência política: o que importa é saber se mentiram ou não. Deixemos isto de lado, a fim de analisar a carreira política do sr. secretário de Estado. Em 2002 e 2005, foi eleito deputado à Assembleia da República, como independente, nas listas do Partido Socialista. Nunca lá pôs os pés, uma vez que a função de direcção de um politécnico é incompatível com a de representante da nação. A sua vida política limita-se, por conseguinte, à presidência de uma assembleia municipal (a de Castelo Branco) e à passagem, ao que parece tumultuosa, pela Câmara de Penamacor, onde terá sofrido o vexame de quase ter perdido o mandato de vereador por excesso de faltas injustificadas, o que só não aconteceu por o assunto ter sido resolvido pela promulgação de uma nova lei .Em resumo, Valter Lemos nunca participou em debates parlamentares, nunca demonstrou possuir uma ideia sobre Educação, nunca fez um discurso digno de nota.Chegada aqui, deparei-me com uma problema: como saber o que pensa do mundo este senhor? Depois de buscas por caves e esconsos, descobri um livro seu, O Critério do Sucesso: Técnicas de Avaliação da Aprendizagem . Publicado em 1986, teve seis edições, o que pressupõe ter sido o mesmo aconselhado como leitura em vários cursos de Ciências da Educação. Logo na primeira página, notei que S. Excia era um lírico. Eis a epígrafe escolhida: "Quem mais conhece melhor ama." Afirmava seguidamente que, após a sua experiência como formador de professores, descobrira que estes não davam a devida importância ao rigor na "medição" da aprendizagem. Daí que tivesse decidido determinar a forma correcta como o docente deveria julgar os estudantes. Qualquer regra de bom senso é abandonada, a fim de dar lugar a normas pseudocientíficas, expressas num quadrado encimado por termos como "skill cognitivos".Navegando na maré pedagógica que tem avassalado as escolas, apresenta depois várias "grelhas de análise". Entre outras coisas, o docente teria de analisar se o aluno "interrompe o professor", se "não cumpre as tarefas em grupo" e se "ajuda os colegas". Apenas para dar um gostinho da sua linguagem, eis o que diz no subcapítulo "Diferencialidade": "Após a aplicação do teste e da sua correcção deverá, sempre que possível, ser realizado um trabalho que designamos por análise de itens e que consiste em determinar o índice de discriminação, [sic para a vírgula] e o grau de dificuldade, bem como a análise dos erros e omissões dos alunos. Trata-se portanto, [sic de novo] de determinar as características de diferencialidade do teste." Na página seguinte, dá-nos a fórmula para o cálculo do tal "índice de dificuldade e o de discriminação de cada item". É ela a seguinte: Df= (M+P)/N em que Df significa grau de dificuldade, N o número total de alunos de ambos os grupos, M o número de alunos do grupo melhor que responderam erradamente e P o número de alunos do grupo pior que responderam erradamente. O mais interessante vem no final, quando o actual secretário de Estado lamenta a existência de professores que criticam os programas como sendo grandes demais ou desadequados ao nível etário dos alunos . Na sua opinião, "tais afirmações escondem muitas vezes, [sic mais uma vez] verdades aparentemente óbvias e outras vezes "desculpas de mau pagador", sendo difícil apoiá-las ou contradizê-las por não existir avaliação de programas em Portugal". Para ele, a experiência dos milhares de professores que, por esse país fora, têm de aplicar, com esforço sobre-humano, os programas que o ministério inventa não tem importância. Não contente com a desvalorização do trabalho dos docentes, S. Excia decide bater-lhes: "Em certas escolas, após o fim das actividades lectivas, ouvem-se, por vezes, os professores dizer que lhes foi marcado serviço de estatística. Isto é dito com ar de quem tem, contra a sua vontade, de ir desempenhar mais uma tarefa burocrática que nada lhe diz. Ora, tal trabalho, [sic de novo] não deve ser de modo nenhum somente um trabalho de estatística, mas sim um verdadeiro trabalho de investigação, usando a avaliação institucional e programática do ano findo." O sábio pedagógico-burocrático dixit. O que sobressai deste arrazoado é a convicção de que os professores deveriam ser meros autómatos destinados a aplicar regras. Com responsáveis destes à frente do Ministério da Educação, não admira que, em Portugal, a taxa de insucesso escolar seja a mais elevada da Europa. Valter Lemos reúne o pior de três mundos: o universo dos pedagogos que, provindo das chamadas "ciências exactas", não têm uma ideia do que sejam as humanidades, o mundototalitário criado pelas Ciências da Educação e a nomenklatura tecnocrática que rodeia o primeiro-ministro.

Maria Filomena Mónica

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

PSD acusa Governo de tentar legalizar avaliação de professores com norma inconstitucional no Orçamento

Artigo 138º do orçamento em causa

O PSD acusou hoje o Governo de tentar legalizar retroactivamente ilegalidades do processo de avaliação dos professores através de "uma norma escondida" e "inconstitucional" incluída na proposta de Orçamento do Estado para 2009.
Em conferência de imprensa, no Parlamento, o líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, apresentou uma proposta de "eliminação dessa norma" do Orçamento do Estado para 2009.

"Há uma norma escondida, é o artigo 138º do Orçamento, em que o Governo assume que toda a nomeação dos professores para a avaliação, todas as nomeações, as delegações de competências para avaliar professores ao longo de 2008 são ilegais", disse Paulo Rangel.

"Todo o processo de avaliação em que houve delegação de competências para avaliação é ilegal porque essas delegações não foram publicadas no Diário da República. Então o Governo inclui uma norma no Orçamento para legalizar retroactivamente todo o processo de avaliação dos professores", acrescentou.

De acordo com o líder parlamentar do PSD "esta proposta do Governo é ilegal e inconstitucional porque vai tirar garantias a quem quisesse impugnar alguma nomeação, alguma delegação", prejudicando os "professores que quisessem reagir".

"Todas as delegações de competência para avaliar professores deveriam ter sido publicadas no Diário da República e não foram. E agora é no Orçamento, numa norma que não tem título nem tem nada, vem dizer que afinal se considera que estão dispensadas de publicação todas as delegações? Isto não tem sentido nenhum", criticou.

Segundo Paulo Rangel, "isto revela mais uma vez que o processo de avaliação dos professores está completamente inquinado".

O líder parlamentar do PSD referiu que "nem todas as avaliações são feitas por professores titulares e tem de ser feita delegação de competências para saber quem é que avalia" e que "sempre que as escolas recorrem à delegação de competências esta deveria ser comunicada".

"Como se foram fazendo as avaliações sem fazer comunicação nenhuma das delegações, o Governo pretende agora retroactivamente dispensar dessa publicação todas as delegações feitas até agora. É uma norma inconstitucional e nós propomos a sua eliminação", reiterou Paulo Rangel.

Lusa

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Prós & Prós (menos Contras)

Para quem ainda tenha dúvidas sobre o Programa Prós e Prós da RTP, aqui fica um site muito recomendado (leiam também os comentários): Fliscorno: No reino das coincidências

Soneto à maneira de Camões

Aqui vos deixo um soneto que me foi enviado pela Paula.
Vá lá, meninos, aceitem os convites que vos enviamos, registem-se e participem também: insiram os vossos próprios "posts" ou contributos (Nota de A. Rebelo)

Tão mesquinha e tão vil, tu que pariste
As normas do estatuto do docente,
Não tens nada de humano, não és gente,
Nada mais que injustiças produziste.

Se lá nesse poleiro aonde subiste
O estado do ensino tens presente,
Repara como és incompetente,
Como a classe docente destruíste.

Se pensas que esta gente está domada,
Te aceita a ti, ao Valter e ao Pedreira,
Estás perfeitamente equivocada:

Em breve encontraremos a maneira
De vos correr p'ra longe à cacetada,
Limpando a educação de tanta asneira!

domingo, 30 de novembro de 2008

Os professores inúteis de inúteis comentadores

A INÚTIL"(professora) escreveu a Miguel Sousa Tavares:

sobre os Professores

É do conhecimento público que o senhor Miguel de Sousa Tavares considerou 'os professores os inúteis mais bem pagos deste país.' Espantar-me-ia uma afirmação tão generalista e imoral, não conhecesse já outras afirmações que não diferem muito desta, quer na forma, quer na índole. Não lhe parece que há inúteis, que fazem coisas inúteis e escrevem coisas inúteis, que são pagos a peso de ouro? Não lhe parece que deveria ter dirigido as suas aberrações a gente que, neste deprimente país, tem mais do que uma sinecura e assim enche os bolsos? Não será esse o seu caso? O que escreveu é um atentado à cultura portuguesa, à educação e aos seus intervenientes, alunos e professores. Alunos e professores de ontem e de hoje, porque eu já fui aluna, logo de 'inúteis', como o senhor também terá sido. Ou pensa hoje de forma diferente para estar de acordo com o sistema?

O senhor tem filhos? - a minha ignorância a este respeito deve-se ao facto de não ser muito dada a ler revistas cor-de-rosa. Se os tem, e se estudam, teve, por acaso, a frontalidade de encarar os seus professores e dizer-lhes que 'são os inúteis mais bem pagos do país.'? Não me parece... Estudam os seus filhos em escolas públicas ou privadas? É que a coisa muda de figura! Há escolas privadas onde se pagam substancialmente as notas dos alunos, que os professores 'inúteis' são obrigados a atribuir. A alarvidade que escreveu, além de ser insultuosa, revela muita ignorância em relação à educação e ao ensino. E, quem é ignorante, não deve julgar sem conhecimento de causa. Sei que é escritor, porém nunca li qualquer livro seu, por isso não emito julgamentos sobre aquilo que desconheço. Entende ou quer que a
professora explique de novo?

Sou professora de Português com imenso prazer. Oxalá nunca nenhuma das suas obras venha a integrar os programas da disciplina, pois acredito que nenhum dos 'inúteis' a que se referiu a leccionasse com prazer. Com prazer e paixão tenho leccionado, ao longo dos meus vinte e sete anos de serviço, a obra de sua mãe, Sophia de Mello Breyner Andersen, que reverencio. O senhor é a prova inequívoca que nem sempre uma sã e bela árvore dá são e belo fruto. Tenho dificuldade em interiorizar que tenha sido ela quem o ensinou a escrever. A sua ilustre mãe era uma humanista convicta. Que pena não ter interiorizado essa lição! A lição do humanismo que não julga sem provas! Já visitou, por acaso, alguma escola pública? Já se deu ao trabalho de ler,
com atenção, o documento sobre a avaliação dos professores? Não, claro que não. É mais cómodo fazer afirmações bombásticas, que agitem, no mau sentido, a opinião pública, para assim se auto-publicitar.

Sei que, num jornal desportivo, escreve, de vez em quando, umas crónicas e que defende muito bem o seu clube. Alguma vez lhe ocorreu, quando o seu clube perde, com clubes da terceira divisão, escrever que 'os jogadores de futebol são os inúteis mais bem pagos do país.'? Alguma vez lhe ocorreu escrever que há dirigentes desportivos que 'são os inúteis' mais protegidos do país? Presumo que não, e não tenho qualquer dúvida de que deve entender mais de futebol do que de Educação. Alguma vez lhe ocorreu escrever que os advogados 'são os inúteis mais bem pagos do país'? Ou os políticos? Não, acredito que não, embora também não tenha dúvidas de que deve estar mais familiarizado com essas áreas. Não tenho nada contra os jogadores de futebol, nada contra os dirigentes desportivos, nada contra os advogados. Porque não são eles que me impedem de exercer, com dignidade, a minha
profissão. Tenho sim contra os políticos arrogantes, prepotentes, desumanos e inúteis, que querem fazer da educação o caixote do (falso) sucesso para posterior envio para a Europa e para o mundo. Tenho contra pseudo-jornalistas, como o senhor, que são, juntamente com os políticos, 'os inúteis mais bem pagos do país', que se arvoram em salvadores da pátria, quando o que lhes interessa é o seu próprio umbigo.

Assim sendo, sr. Miguel de Sousa Tavares, informe-se, que a informaçãozinha é bem necessária antes de 'escrevinhar' alarvices sobre quem dá a este país, além de grandes lições nas aulas, a alunos que são a razão de ser do professor, lições de democracia ao país. Mas o senhor não entende! Para si,democracia deve ser estar do lado de quem convém.

Por isso, não posso deixar de lhe transmitir uma mensagem com que termina um texto da sua sábia mãe:
'Perdoai-lhes, Senhor
Porque eles sabem o que fazem.'


Ana Maria Gomes
Escola Secundária de Barcelos

A FRAUDE NO CONSELHO DE ESCOLAS

Publicado em
http://soucontraacorrente.blogspot.com/

O Ministério da Educação veio propalar uma reviravolta no Conselho de Escolas. Diz o secretário estado que a maioria dos conselheiros (presidentes de C. Executivos) teriam dado aval ao modelo, após a cosmética feita.

Na dita reunião parece que se instalou a confusão, com muita gente a querer manifestar-se contra não tendo a palavra.

O S.Estado e Álvaro Almeida dos Santos, Presidente do Conselho de Escolas, com receio, não colocaram o assunto à votação, ficou-se no diz que disse, e no fim, cada qual disse o que lhe apeteceu. Obviamente o ministério apregoou vitórias e fumos brancos. Portanto como convinha à tutela, documentos e actas da reunião não há, uma vergonha.

A maioria dos presidentes de executivos lá presentes, regressou às respectivas escolas indignados com a fantochada e ainda mais revoltados, dispostos eles próprios a endurecer a posição.

O representante das escolas do Porto, já pediu a demissão do presidente do C. Escolas, Álvaro Almeida dos Santos, inclusive, por este não ter apresentado um documento à ministra, em que este orgão rejeitava o modelo de avaliação.

Enquanto o ministério continuar de má fé, com a campanha de mentiras e manipulações, isto não se vai resolver. Perde Portugal, com um governo autista e sem escrúpulos, que coloca a sua fragilidade política à frente dos interesses do país.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Mais do que nunca, há que fazer greve no dia 3 de Dezembro!


A ministra mantém-se irredutível e intransigente na aplicação deste modelo de avaliação.
Os sindicatos apelam, por isso, a uma greve dos docentes "a cem por cento", na próxima quarta-feira, como forma de exigir a demissão da ministra.
No dia 3, PÁRA TUDO!
Os professores irão certamente fazer História: nunca nenhuma classe parou a 100%. Mas esse resultado depende de todos.
Os professores unidos irão mostrar ao País e ao governo quem tem razão.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O ME mente com todos os dentes: não há nova posição do Conselho das Escolas

Chegámos agora da manif, em Coimbra. Lá encontrámos a Amélia e a Elisa. Lá estiveram 7000 profs, apesar do frio cortante.
2500 pessoas em Viseu, outras 3000 em Leiria, mais 3000 na Guarda e cerca de 5000 em Lamego perfazem mais de 20000 na Região Centro.
Em Coimbra, Mário Nogueira afirmou categoricamente que já foi contactado por diversos membros do Conselho das Escolas e confirma-se: não há nova posição sobre a avaliação. Alertou os professores dizendo que, ontem à noite, foi "lançada a mentira" de que "o Conselho das Escolas teria alterado a sua posição, que era no sentido da suspensão da avaliação. Ora, não houve qualquer votação. O Secretário de Estado terá enviado uma nota para a imprensa anunciando a mudança de posição do Conselho das Escolas. Há muita indignação em muitos Presidentes de Conselhos Executivos por haver um claro abuso do ME neste processo.
Por outro lado, o ME, numa ostensiva atitude de má-fé, tem realizado de reuniões com as direcções das escolas a propósito da avaliação antes de serem negociadas as alterações ao modelo com os sindicatos. Mário Nogueira apontou "reuniões com órgãos de gestão e professores avaliadores, em que o projecto é já dado como sendo definitivo". "São dadas orientações, indicados prazos, é dito aos conselhos executivos que é para avançar. Quando o Ministério da Educação tem marcada uma reunião de negociação para sexta-feira com os sindicatos e já vai desenvolvendo por todo o país reuniões com os órgãos de gestão no sentido de poderem já ser tomadas medidas, não podemos esperar grandes avanços da reunião de sexta-feira".

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Manifestações e greves anunciadas

Os professores regressam, esta terça-feira, aos protestos de rua, iniciando quatro dias de manifestações, plenários e desfiles em todas as capitais de distrito para exigir a suspensão do processo de avaliação de desempenho.

Manifestações regionais:

25 de Novembro - Norte:
Porto, 19h, Praça da Liberdade
Braga, 21h, Praça do Pópulo
Bragança, 19h, Praça Cavaleiro Ferreira
Viana do Castelo, 19h, Praça da República
Vila Real, 19h30, Praça Diogo Cão

26 de Novembro - Centro:
Aveiro, 21h, Largo da Estação
Castelo Branco, 20h30, Frente ao Tribunal
Coimbra, 20h30, Praça da República
Leiria, 17h30, Câmara Municipal
Lamego, 17h, Soldado Desconhecido

27 de Novembro - Grande Lisboa:
Lisboa, 18h30, Ministério da Educação (Av. 5 de Outubro)
Santarém, 21h, Largo do Seminário
Setúbal, 21h, Governo Civil
Caldas da Raínha, 21h, Praça da Fruta

28 de Novembro - Sul:
Portalegre, 18h, Praça da República
Évora, 17h30, Praça do Sertório (junto à Câmara Municipal)
Beja, 17h30, Largo de S.João (frente ao Teatro Pax Júlia)
Faro, 20h30, Coreto do Jardim Manuel Bívar (junto à Marina)

3 de Dezembro
Greve Nacional dos Educadores e Professores

4 e 5 de Dezembro
Vígília permanente à porta do ME

6 de Dezembro
Encontro de Escolas em Luta
(Leiria, 10h, Teatro José Lúcio da Silva)

Greves regionais
9 de Dezembro Norte
10 de Dezembro Centro
11 de Dezembro Grande Lidboa
12 de Dezembro Sul

19 de Janeiro
Nova Greve Nacional

domingo, 23 de novembro de 2008

Dar à Sra. Ministra um pouco do seu veneno...

Colegas,

A Sra. Ministra está a pôr à prova a nossa união. Como devem saber, já começámos a receber as indicações para utilizar a aplicação informática online para mandar os objectivos individuais.

Eu sou amigo de um dos engenheiros informáticos que criaram esta aplicação naquela altura que ouve problemas com os concursos. Lembram-se?

Então, é assim: podemos devolver o presente envenenado à Sra. Ministra. Como?

Simplesmente bloqueando a aplicação. E para isso basta introduzir três vezes a password de forma errada. Se todos o fizermos, o ME fica com um problema: 140 000 aplicações bloqueadas. Bloqueadas para a avaliação, para os concursos, para tudo... Para melhorar a situação, os engenheiros informáticos que criaram a aplicação já não trabalham para o ME.

No meu agrupamento, vamos fazê-lo todos juntos. Vamos ligar um computador à net no bar e um por um, com os outros como testemunhas, vamos bloquear a nossa aplicação.

Passem este esta informação, via e-mail e, se entenderem fazê-lo, melhor. Vamos dar à Sra. Ministra um pouco do seu veneno.

Continuemos unidos e ninguém nos vencerá. Vamos vencer a ditadura.»

Veja-o aqui
http://www.saladosprofessores.com/forum/index.php?topic=15194.0

Atenciosamente,
A Equipa do Sala dos Professores.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Avaliação de professores

… Aos Encarregados de Educação,
… Aos Pais dos alunos,
… Aos Verdadeiros Cidadãos,
… Aos Alunos,
…Aos professores,
…Também aos bons políticos.
Para que todos saibam o que se passa em qualquer escola ao pé deles…

Para que saibam que a Ministra da Educação (?), mente (ontem dia 8 de Novembro afirmou a todos os órgão de comunicação social que os professores só têm que preencher uma folha…) e é desonesta (também disse no mesmo dia que os professores não querem ser avaliados).

Queremos que conheçam as novas tarefas que os professores dos vossos filhos têm agora para desempenhar e para dividir com o tempo que antes servia só para o exercício da função docente (antes deste modelo de avaliação a nossa atenção centrava-se naquela que era nossa primeira e fundamental missão: ensinar, preocupava-nos prioritariamente com quem devíamos: os nossos alunos).
Agora, os docentes que são avaliadores terão que preencher por cada docente avaliado: 20 parâmetros diferentes na ficha do Ministério, preencher 20 itens diferentes nas grelhas desdobradas, preencher 36 indicadores na ficha de observação documental, preencher 28 indicadores na ficha de observação de cada aula faça-se notar que é obrigatório observar 3 aulas, o que faz na totalidade 84 indicadores. Terão no total de preencher 160 informações (indicadores, itens e parâmetros) para cada docente se houver 12 docentes para avaliar terão que preencher no final: 1920 informações. Terão também que preencher 1 ficha de observação naturalista por cada aula (é obrigatório observar 3 aulas), preencher 3 fichas de pré observação e preencher 3 fichas de pós observação. Terão, no total, de preencher por cada docente 9 fichas. Se avaliarem 12 docentes, terão que preencher 108 fichas. Terão que analisar a ficha de autoavaliação (documento reflexivo) de cada docente e se avaliarem 12 docentes, terão que analisar 12 documentos. Terão também que confirmar as evidências no portefólio (dezenas de documentos) elaborado por cada professor.
O Conselho Executivo que também efectuará a avaliação dos 133 docentes do agrupamento, terá que preencher 18 itens e 18 indicadores por cada docente. Terão no total, que preencher 36 informações por cada professor, o que perfaz no final 4788 informações. Assim se concluirá que cada docente é avaliado na totalidade em 140 informações (parâmetros, itens e indicadores).
Todos os professores serão avaliados, incluindo os avaliadores que terão que organizar ou preencher documentos relacionados com o desempenho de cargos; mapas/calendarização de aulas assistidas, reuniões/datas, aulas substituídas, faltas, (…); ficha de objectivos individuais (Art.º 9 Decreto Regulamentar n.º 2/2008); planificações a longo, médio e curto prazo; planificação da intervenção nos Projectos Curriculares de Turma das suas turmas; material seleccionado ou produzido pelo docente para as aulas; documentos de planificação referentes a alunos com necessidades educativas especiais ou com planos de recuperação; reflexões escritas (descrição sucinta das razões / implicações das opções metodológicas, designadamente, a articulação com o programa, a didáctica da área disciplinar e os contextos); reflexões escritas (com descrição sucinta das razões / implicações das opções metodológicas, designadamente a adequação aos conteúdos e articulação com conhecimentos anteriores dos alunos; a relevância, a sequencialidade e a transferabilidade das aprendizagens); reflexões escritas (com descrição sucinta das razões / implicações das opções metodológicas, designadamente em relação ao valor formativo dos recursos de ensino-aprendizagem); reflexões escritas (descrição sucinta das razões / implicações das opções metodológicas, designadamente o valor formativo da experimentação pedagógica no contexto de situações relevantes); informações relativas ao cumprimento do programa; Informações relativas à participação nos Projectos Curriculares de Turma das suas turmas; ficha (s) de observação de aula (s) pelo avaliador; materiais pedagógicos elaborados pelo docente e utilizados/concretizados pelos alunos; grelhas de observação de aulas (auto-observação, observação interpares, observação departamental); participação em iniciativas / experiências inovadoras; reflexões pontuais ou sistemáticas, listas de verificação da aprendizagem, respostas a questionários, entrevistas; relatos de experiências e ocorrências; outros documentos (opiniões de pais/encarregados de educação, apreciações dos pares); instrumentos de avaliação diagnóstica, formativa e sumativa (grelhas de observação; listas de ocorrências; fichas diagnósticas, formativas e sumativas, grelhas de auto e hetero-avaliação dos alunos); reflexões pontuais ou sistemáticas, relatos de experiências, análise de informação (por ex., da avaliação formativa); exemplos significativos de trabalhos dos alunos; outros elementos de avaliação utilizadas pelo docente em consonância com os critérios de avaliação das áreas disciplinares leccionadas; relatórios descritivos sobre Planos de Recuperação e Planos de Acompanhamento elaborados e medidas relativas ao abandono escolar; reflexão sobre os resultados escolares obtidos pelos alunos/turmas; medidas relativas ao abandono escolar; listagem das actividades do Plano Anual de Actividades em que o docente participou; propostas, relatórios e outros materiais produzidos pelo docente, quer individualmente, quer em parceria; listagem de projectos de actividades em que o docente participou e que não se encontravam inscritos no Plano Anual de Actividades; projecto / actividade, relatório e materiais elaborados pelo docente individualmente ou em colaboração com outros docentes; descrição dos projectos a realizar; certificados de participação ou outra documentação que ateste o papel do docente no projecto; documentação de participação em iniciativas inovadoras; frequência e ou avaliação em acções de formação creditadas na sua área de docência; frequência e ou avaliação em acções de formação acreditadas em áreas prioritárias relativamente ao Projecto Educativo do Agrupamento; frequência em acções de formação acreditadas relativas aos cargos / funções que exerça; ficha de Auto Avaliação; (…).
Por isto dizemos que queremos em primeiro lugar, ensinar (para tal é preciso também tempo) e depois sim, exigimos ser avaliados, repito: queremos em primeiro lugar, ensinar e depois sim exigimos ser avaliados, sim, avaliados! AVALIADOS!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Confirmações

Já confirmaram a sua presença no jantar os seguintes colegas:
Abílio José Afonso Lopes Lucas
Alzira Maria Paiva Sousa Rocha
Ana Cristina Marques Pereira
Ana Maria Reis Dias Agostinho
Ana Paula Oliveira Almeida
António Luís M. C. Vaz Pato
António Manuel Ribeiro Rebelo e Aldina Maria Sequeira Rebelo
Carlos Manuel Alves Monteiro Pais
Elisa Natividade Morais Figueiredo Carvalho
Fernando Alexandre M. P. Lopes
Helena Gonçalves

Isabel Margarida Gomes
João Manuel Gonçalves Reis
Madalena da Rocha Feijão
Maria Amélia Cabral Santos Oliveira
Maria Emília Ferreira dos Santos

Maria Fernanda Messias
Maria Luísa A. F. Almeida
Maria Regina Sousa Canelas Santiago
Maria Teresa Matos Pina Leite Silva
Teresa de Fátima C. G. Pereira Lopes
Vera Lúcia Silvestre Videira

Se o teu nome não consta da lista, é porque ainda não recebemos a tua confirmação.
Entra em contacto connosco.

Jantar de Curso 2008 - 22 de Novembro

Caríssimos colegas e amigos,
Finalmente há fumo branco: o jantar de curso irá ter lugar no próximo dia 22 de Novembro, no restaurante Solar do Verde Gaio (na estrada de Viseu para o Sátão, perto de Mundão). Para quem não souber onde é, veja a localização no site do restaurante:
http://www.solardoverdegaio.pt/
A concentração terá lugar pelas 19h30m.

A ementa consta do seguinte:

  • Pão do forno, Broa de milho, Pão de Frutos Secos, Croquetes, Rissóis, Bolinhos de Bacalhau, Melão com Presunto, Azeitonas temperadas e Manteiga.
  • ou Rodízio à Brasileira
    ou Arroz de Tamboril com Gambas
    ou Lombinhos de Pescada com Molho de Marisco.
  • Buffet de Sobremesas com Doces e Frutas
  • Águas, Refrigerantes e Cerveja
  • Vinho Branco e Tinto Dão
  • Café

    Preço por adulto: 20 €

    Crianças até aos 10 anos: 10 €

Ficaremos numa sala individual. Depois do jantar, cada um terá acesso ao Salão de Dança mediante um cartão branco (não é obrigatório consumir, mas só pagam o que consumirem).

Deverão confirmar a vossa presença e a escolha do prato principal junto da Regina, Aldina ou AM Rebelo até ao dia 17 de Novembro.

Ainda poderá haver algumas surpresas que, por enquanto, não iremos revelar...

Petróleo mais barato, combustíveis mais caros

O petróleo está em queda com o abrandamento da economia mundial.
O barril do petróleo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) foi negociado, no final da semana passada, a US$ 47,73, que é o mínimo histórico do barril da Opep desde que, no dia 16 de junho de 2005, o cartel colocou em circulação o novo barril formado por 11 tipos de petróleo, que substituía o que estava em vigor desde 1987.
Em Londres, mercado que serve de referência às importações nacionais, o barril de Brent chegou aos 52 dólares. É preciso recuar a Março de 2005 para encontrarmos valores idênticos. Nessa altura, a Galp subiu o preço do gasóleo de 0,829 euros para 0,849 euros (vd. http://dn.sapo.pt/2005/03/04/negocios/crude_bate_recorde_ameaca_ruptura_of.html) e já se achava que o preço estava sobrevalorizado.
Por outras palavras, estamos a pagar actualmente cerca de 30 cêntimos por litro a mais do que devíamos (não contando com a sobrevalorização dos preços de 2005)!!!
Quando é que o governo põe ordem no cartel das gasolineiras?
Quando é que a Comissão Europeia põe ordem no governo?

Senhora ministra da educação, com respeito, mas com firmeza

O texto do ex-professor da ministra encontra-se disponível no jornal A Página da Educação, onde foi publicado pela primeira vez justamente no dia 8 de Março:
http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=5994

Aqui vai o texto integral:

Minha querida Maria de Lurdes Rodrigues, Ainda lembro esses dias em que foi minha discente em Antropologia. Bem sei que é Socióloga e que entende da interacção entre os membros de uma mesma cultura, ou, pelo menos, isso foi o que eu ensinei a si e aos seus colegas nos anos 90 do Século passado, nesses dias em que o meu português tinha esse sotaque que aparece nas cinco línguas que estou obrigado a falar e que a Maria de Lurdes muito bem entendia e ajudava a corrigir para eu aprender mais. Ainda lembro a alegria das nossas conversas extracurriculares, no corredor do nosso ISCTE ou no meu Gabinete, ao me referir à sua dedicação adequada e conveniente, para o estudo das suas outras matérias. Mais ainda, os comentários, do meu grupo de colaboradores de Cátedra que comigo ensinavam, hoje todos doutores como a Maria de Lurdes, e os comentários dos meus colegas Sociólogos em outra matérias. Especialmente, os do meu grande amigo João Freire, que orientou a sua tese. Se bem me recordo, connosco teve um alto valor como resultado dos seus estudos. Se bem me recordo, era do curso da noite no meu Departamento e na nossa Licenciatura. Por outras palavras, estudava, trabalhava para ganhar a vida e tomar conta da sua família. Por outras palavras também, era uma estudante trabalhadora e uma Senhora devota e dedicada ao lar, como muitos dos seus colegas masculinos e femininos. A minha querida Maria de Lurdes aprendeu comigo e outros da minha Cátedra, de que o tempo era curto, temido e não dava para tudo. Reuniões, falta de livros na Biblioteca para estudar e investigar, o difícil que era entender a, por mim denominada, mente cultural dos estudantes e a dos seus pais, o inenarrável suplício de saber o que pensavam e os parâmetros que orientavam essas mentes. Não esqueço as suas queixas sobre os pedidos do Ministério da Educação que pesavam uma tonelada ideológica e estrutural, na organização dos trabalhos dos docentes primários e secundários, que nem tempo tinham para entender a mente cultural dos seus discípulos ao serem mudados todos os anos para outras escolas. O nosso convívio era aberto e directo. Estou feliz por isso. Aliás, feliz, porque pensava em silêncio: "cá temos uma futura grande educadora". Apenas que, enveredou para a engenharia da interacção social, ao estudar com o meu querido amigo João Freire. E o problema nasceu. Os professores primários e secundários devem preparar as sua lições, como Maria de Lurdes sabe, especialmente os do ensino especial ou inclusivo, que trata de estudantes com problemas de aprendizagem e precisam trabalhar desde as 8 da manhã até por vezes às 9 da noite. Esse ensino inclusivo de João de Deus, da Subsecretária de Estado, Ana Maria Toscano de Bénard da Costa, da sua colega no saber e no posicionamento partidário do Ministério da Educação, a minha grande amiga Ana Benavente, ou do meu outro grande amigo, o seu colega ideológico e no cargo de Ministro da Educação em 2000, Augusto Santos Silva, que nos foi "roubado" ao passar para a vida política.
Lembro-me, ainda, como simpatizava com a minha luta de Socialista de Allende, por outras palavras, Socialista orientado pelas ideias históricas de Marx, tal e qual Durkheim e Mauss, mencheviques, colaboradores de Lenin para derrubar o regime injusto e arbitrário dos Romanoff, como demostro no meu livro de 2007, da Afrontamento: A Dádiva, essa grande mentira social, do qual lhe enviarei uma cópia, escrito calmamente, para comentar o que comentava consigo como minha discente, os atropelos dos Czares serem semelhantes ao do ditador do Chile, quem entregara as escolas às juntas de freguesia, denominadas municípios, e obrigava a relatórios semanais para controlar a docência do Chile e assim obter o prometido: "nem uma folha mexe no Chile sem o meu consentimento". Ainda lembro os seus comentários horrorizados: "Senhor professor, é mesmo assim? Que horror. Os professores já sabem, para quê avaliá-los mais, e obrigar a reestudar o que já é sabido nos seus tempos para a família, preparação de aulas e merecido descanso".
A Maria de Lurdes esqueceu acrescentar, nessas as nossas conversas, que os docentes eram avaliados pela educação que recebiam os seus filhos. Mas, como boa engenheira da sociedade, entendia que os sindicatos deviam protestar quando o poder ultrapassa o afazer, já imenso e pesado, dos docentes, especialmente, do ensino especial e inclusivo, e os de classe social. Maria de Lurdes, tenho estado interessado, como etnopsicólogo, nas recentes notícias sobre a Educação em Portugal. Foi preciso adiar a entrega de teses dos meus mestrantes, para não cair na armadilha de uma especial ditadura, pura e dura, como no Chile de Pinochet. De certeza, deve haver um engano em certos sítios.
Maria de Lurdes, se a pessoa Ministro da Educação sabe que é preciso entender essa mente cultural de estudantes e os seus pais, sabe também como um dado adquirido, que esse facto acontece apenas pela necessidade de se prepararem os docentes para ensinar.
Como educador, conheço bem essa preparação, tal e qual a Engenheira Social, especialidade que a louva, sabe que já está tudo preparado faz tempo, para a divisão do trabalho, sem acrescentar mais deveres aos docentes primários e secundários, que vivem em sessões que atrasam e arrasam a sua preparação de lições, hostiliza aos sindicatos e, além do mais, importamos desde o Chile esse modelo puro e duro já referido, da morta ditadura. Ou, reabilitamos a nossa em Portugal e tiramos os cravos das espingardas do 25 de Abril.
Com carinho, com respeito, mas com firme persistência, do seu velho Professor, a se restabelecer de uma doença que mata rapidamente, especialmente se não falamos pelos nossos.
Os meus parabéns. Foi-nos roubada, como Presidenta do nosso ictesiano Conselho Científico, para entrarmos todos em sarilhos muito disputados, que causam esta conversa nossa de corredor, desta vez, em formato de papel, uma carta para si, escrita com carinho, mas com firmeza em prol dos professores portugueses. Abraço querido e, como era habitual, um beijinho para si!, do seu recuperado velho professor.
Professor Doutor Raúl Iturra
Catedrático de Antropologia sempre no activo, membro do Centro de Estudos em Antropologia Social, CEAS/ISCTE, Membro de Honra do CNRS, Paris, Professor Visitante do Collége de France e Membro do Senado da Universidade de Cambridge.
8 de Março de 2008, denominado Dia Internacional da Mulher
lautaro@netcabo.ptVV
Nota: A ideia e o texto são da minha responsabilidade e de mais ninguém. Ana Paula Viera da Silva apenas fixou o Português deste texto irónico e destemido.
Jornal A Página da Educação , ano 17, nº 177, Abril 2008, p. 40.

Curriculum vitae da ministra e chilenices

Já que falamos do curriculum vitae da ministra, relembramos aqui o que já se encontra em vários blogues e já circulou em tempos por e-mail, numa notícia publicada por ILÍDIO TRINDADE (onde?):
Interessante é ver como, em Portugal, um Professor que NUNCA FOI AVALIADO chega ao topo da Carreira Docente (Ministra da Educação!) e se põe a disparar em todos os sentidos contra os Professores-não-avaliados.
Vejamos, a Drª Maria de Lurdes tirou o antigo 5º (actual 9º) ano e ingressou no Magistério Primário (naquele tempo eram dois anos de curso). Deu aulas na Primária até se inscrever no ISCTE (com o 5ºano + 2 anos de Magistério Primário!).
Ao fim de 5 (CINCO) anos de estudos em curso nocturno, saiu com um DOUTORAMENTO que lhe permitiu dar aulas(?!) no ISCTE, por acaso onde o sr. engenheiro fez a pós-graduação (mestrado?) a seguir à 'licenciatura' da Universidade Independente.Digam lá que não lhe deu um certo jeito nunca ser PROFESSORA AVALIADA!
Do outro lado da barricada, também era CONTRA a avaliação dos Professores, não era Drª Maria de Lurdes? Pelo menos o seu ex-Professor Iturra diz que sim (reveja aqui)... e ainda nenhum ex-aluno veio aqui para os fóruns gabar-lhe os dotes docentes! Não teremos mesmo melhor? Os professores poderão lidar com os alunos como a Srª lida com os professores? Exigir-lhes tudo, ensinando pouco e com tão parco exemplo?

Vejam as incongruências reveladas pelo seu antigo professor chileno Raul Iturra (terá começado aí a obsessão chilena?).

A mula da cooperativa...

Por falar em "burro"cracia, há uma informação que não consta do curriculum da ministra Maria de Lurdes Rodrigues e que só muito pouca gente conhece. A verdade é que a senhora ministra nasceu na aldeia de Vale de la mula, uma aldeia raiana, perto de Almeida cujo nome foi aportuguesado há alguns anos para Vale da mula (em criança, eu ia muitas vezes a Almofala, terra de minha mãe, e sempre ouvia falar de Vale de la mula, aldeia portuguesa com nome castelhano).
Porque será que o nome da terra natal da ministra não consta de qualquer documento oficial?
Porque a verdade, além de irónica, é muitas vezes gritante...
Perdoem-me os habitantes de Vale de la mula, que não têm culpa de uma ou outra mula que por lá costumava nascer.

Burrocracia no ensino

Vejam este artigo de opinião de Santana Castilho que saiu no Público da passada quinta-feira e que podem ler clicando sobre a imagem:

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Surpresa

Caríssimos amigos,
A surpresa que tínhamos reservado para vós pode já ser revelada:
os Doutores Seabra Pereira e Cerejeira dar-nos-ão o prazer de estar connosco no jantar do dia 22 de Novembro. A sua presença está assegurada.
Aguardamos agora a confirmação da vossa presença (não se esqueçam de indicar o prato e o número de pessoas!).

Manifesto

MANIFESTO ANTI-DANTAS DE LURDES

Adaptação do Manifesto Anti-Dantas, de Almada Negreiros, poeta d'Orpheu, futurista e tudo..

MANIFESTO ANTI-MARIA DE LURDES

Basta pum basta!!!

Uma geração que consente deixar-se dominar por uma Maria de Lurdes é uma geração que nunca o foi. É um coio d'indigentes, d'indignos e de cegos! É uma resma de charlatães e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero!

Abaixo a geração Maria de Lurdes!

Corram com a Maria de Lurdes, corram! Pim!

Uma geração com uma Maria de Lurdes a cavalo é um burro impotente!

Uma geração com uma Maria de Lurdes ao leme é uma canoa em seco!

A Maria de Lurdes é meio demagoga!

A Maria de Lurdes é demagoga inteira!

A Maria de Lurdes saberá de sociologia, saberá estatística, saberá escrever sobre o estatuto dos engenheiros, saberá transformar uma anarquista numa ditadorazeca do terceiro mundo, saberá de tudo menos de educação que é a única coisa que se esperaria que ela soubesse!

A Maria de Lurdes pesca tanto de pedagogia que erigiu em fim principal da escola a ocupação dos tempos livres dos alunos ociosos, que transformou os professores em principal inimigo do Governo, que quis pôr o País inteiro contra os professores!

A Maria de Lurdes é uma habilidosa!

A Maria de Lurdes tem um trauma de infância contra os professores!

A Maria de Lurdes que foi professora primária esconde esta 'mácula' na sua biografia oficial. Sente vergonha de ter sido professora como quem tem vergonha da própria mãe. É uma vergonha!

A Maria de Lurdes transformou a pedagogia em demagogia!

A Maria de Lurdes manipula, tergiversa, mente e tenta colocar as escolas ao serviço dos interesses partidários!

A Maria de Lurdes quer destruir a escola pública!

Corram com a Maria de Lurdes, corram com ela! Pim!

A Maria de Lurdes fez um Estatuto da Carreira Docente que só poderia ter sido feito no Chile de Pinochet de onde o seu mestre anarquista, João Freire, o copiou mal e porcamente!

E a Maria de Lurdes teve claque! E a Maria de Lurdes teve palmas! E a Maria de Lurdes agradeceu!

A Maria de Lurdes é uma vergonha!

Não é preciso ir prá 5 de Outubro pra se ser pantomineiro, basta ser-se pantomineiro!

Não é preciso disfarçar-se pra se ser salteador, basta extrorquir aos professores os seus direitos como a Maria de Lurdes faz! Basta não ter escrúpulos nem morais, nem pedagógicos, nem humanos! Basta andar com as modas, com as políticas e com as opiniões do eduques, com as alucinações de um alumbrado como Valter Lemos! Basta usar o tal sorrisinho cínico, basta fazer aparência de muito delicada, e usar olhos meigos para os jornalistas! Basta ser Judas! Basta ser Maria de Lurdes!

Corram com a Maria de Lurdes, corram com ela! Pim!

A Maria de Lurdes nasceu para provar que nem todos os que governam sabem governar!

A Maria de Lurdes é um autómato que deita pra fora o que a gente já sabe o que vai sair..., bastando ter lido os textos alucinados daquela espécie de Menino do Lapedo fóssil que é Valter Lemos. Mas é preciso deitar mentiras, estatísticas manipuladas, dinheiro, prémios, livros e computadores para comprar os votos aos pais!

A Maria de Lurdes é uma doentia perturbação dela-própria!

A Maria de Lurdes em génio nem chega a pólvora seca e em competência é pim-pam-pum.

A Maria de Lurdes em poses eróticas no jornal Expresso é horrorosa!

A Maria de Lurdes tresanda a mentira e a demagogia!

Corram com a Maria de Lurdes, corram com ela! Pim!

A Maria de Lurdes é o escárnio da consciência!

Se a Maria de Lurdes é portuguesa eu quero ser do Chile, do país de onde importaram o Estatuto da Carreira Docente!

A Maria de Lurdes é a vergonha da intelectualidade portuguesa!

A Maria de Lurdes é a meta da decadência mental!

E ainda há uns propagandistas na comunicação social que não coram quando dizem admirar a Maria de Lurdes, quais Vitais Moreiras e outras lavadeiras das imundices da socratinada!

E ainda há quem lhe estenda a mão!

E quem lhe lave a imagem com campanhas de propaganda!

E quem tenha dó da Maria de Lurdes, imputando as culpas deste desastre ao inenarrável Valter Lemos!

E ainda há quem duvide que a Maria de Lurdes não vale nada, e que não sabe nada, e que nem é inteligente, nem decente, nem zero!

Continue a senhora Maria de Lurdes a governar assim que o País há-de ganhar muito com destruição das escolas públicas e há-de ver que ainda apanha uma estátua de cera no Museu dos Horrores e um monumento erecto por subscrição pública dos espanhóis que finalmente ao fim de oito séculos conseguirão destruir Portugal, e a Praça de Camões mudada em Praça Dr.ª Maria de Lurdes, e com festas da cidade plos aniversários, e sabonetes em conta Maria de Lurdes' e pasta Maria de Lurdes prós dentes, e graxa Maria de Lurdes prás botas e Niveína Maria de Lurdes,
e comprimidos Maria de Lurdes, e autoclismos Maria de Lurdes e Maria de Lurdes, Maria de Lurdes, Maria de Lurdes, Maria de Lurdes... E limonadas Maria de Lurdes-Magnésia.

E fique sabendo a Maria de Lurdes que se um dia houver justiça em Portugal todo o mundo saberá que o autor de Os Lusíadas é a Maria de Lurdes que num rasgo memorável de modéstia só consentiu a glória do seu pseudónimo Camões.

E fique sabendo a Maria de Lurdes que se todos fossem como eu, haveria tais munições de manguitos que levariam dois séculos a gastar.

Mas julgais que nisto se resume a pedagogia portuguesa? Não Mil vezes não!

Temos, além disto o Secretário de Estado Valter Lemos, outro iluminado vítima da Síndrome de Legiferação Compulsiva que, como ela, esquecendo a sua formação docente, vive obcecado em perseguir os professores e em transformar os alunos num bando de ignorantes e insubordinados.
E há ainda a Directora Regional de Educação do Norte que, encarnado o espírito ditatorial de um engenheiro que não o é, se deleita a punir delitos de opinião e que proclamou ao mundo o direito inalienável dos alunos ao sucesso, mesmo que não saibam ler nem escrever nem contar. E há ainda o Director do GAVE especialista em fabricar exames nacionais para atrasados mentais, para mostrar ao mundo a grande sabedoria dos alunos portugueses.

Corram com a Maria de Lurdes, corram com ela! Pim!

Portugal que com todos estes senhores conseguiu a classificação do país mas atrasado da Europa e de todo o Mundo! O país mais selvagem de todas as Áfricas! O exílio dos degredados e dos indiferentes! A África reclusa dos europeus! O entulho das desvantagens e dos sobejos!
Portugal inteiro há-de abrir os olhos um dia - se é que a sua cegueira não é incurável e então gritará comigo, a meu lado, a necessidade que Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado!

Corram com a Maria de Lurdes, depressa, corram com ela! Pim!

Adaptado de José de Almada Negreiros
Poeta d'Orpheu
Futurista E Tudo
1915 (2008)

por um singelo Amante da Pátria Portuguesa indignado com a corja de bandidos e de incompetentes dirigidos pelo maior especialista em falsos diplomas que a história lusíada produziu..., seja o dele próprio sejam os das Novas Oportunidades que ele distribui a esmo, transformando milagrosamente ignorantes em letrados, cabulões em engenheiros de obras feitas, nulidades em políticos do mais alto coturno maquiavélico, cavalidades em sábios ministros e secretários de estado...

sábado, 25 de outubro de 2008

Professores apelam a uma só manifestação nacional

Hoje, o Público Online dá conta de um apelo de vários bloggers, para que sindicatos e movimentos se entendam e haja uma única manifestação.

Seria algo de inédito e, na opinião de muitos, contraproducente. Com duas manifestações nacionais de professores convocadas para dia 8 de Novembro (pelos sindicatos) e 15 do mesmo mês (dinamizada por movimentos de docentes), ambas em Lisboa, três docentes lançaram um apelo às duas partes para se entenderem e acertarem um único protesto.

“A instabilidade que se vive nas escolas, por conta das políticas deste Ministério da Educação, e a desfiguração da escola pública, exigem, mais do que nunca, um movimento de professores forte e unido”, começa por explicar-se no documento, publicado em vários blogues e que circula por e-mail.

Por isso, apela-se aos sindicatos para “criarem condições de abertura à activa participação dos movimentos, reconhecendo as suas reivindicações e prevendo o seu direito à palavra na manifestação de 8 de Novembro”. Ao mesmo tempo, os três professores subscritores do apelo – Paulo Guinote (do blogue "A Educação do Meu Umbigo"), João Madeira (do Movimento Escola Pública) e Constantitno Piçarra (do Agrupamento e Escolas de Ourique) – pedem aos movimentos que desconvoquem a manifestação de dia 15 e participem na de 8 de Novembro.

O apelo tenta ainda conciliar as posições que têm vindo a ser assumidas por sindicatos e movimentos que surgiram no último ano, lembrando que ambos são “fundamentais” para “combater as políticas burocráticas e arrogantes do governo”.

AULAS DE SUBSTITUIÇÃO?

A Ministra da Educação entra na clínica onde tinha marcado uma consulta de cardiologia.
Após cerca de uma hora de espera é chamada ao consultório, dizendo-lhe o médico de imediato:
- Por favor dispa-se e abra as pernas .
Espantada, a Ministra da Educação responde:
- Mas, Sr. Dr. ... eu marquei uma consulta de cardiologia.
E o médico esclarece-a de imediato:
- Eu sei, minha senhora, mas eu sou o médico de substituição e sou ginecologista.

Listas de graduação em perigo!!!

Será que estamos todos a fazer figuração num filme de Carpenter sem sabermos??? Ou no 'OVO DA SERPENTE' do Polanski????
É que os guiões do ME estão cada vez melhores e, mesmo esperando o pior, conseguem sempre surpreender-nos: ele é os horários feitos ao sabor dos CE, conforme as cores políticas e a maior ou menor vontade de estar nas graças da tutela; ele é a avaliação de docentes, burocrático e em muitos agrupamentos feridos de profundas ilegalidades; ele é as artimanhas da publicação dos nomes dos avaliadores; ele é a aplicação informática para registo total da avaliação dos 'escravos'; ele é a formação contínua de qualidade um pouco duvidosa e com horários para gente sem família e casa própria; ele é o novo modelo de gestão e agora o projecto(?) de legislação para o próximo concurso!

Perante isto ficamos sentados à espera que nos caia o tecto (aqui já não é um pedaço do céu) na catulinha??? De que estamos à espera para agir? E os SINDICATOS?

Colegas, o Ministério de Educação prepara-se para outro grande golpe, não bastava já o novo estatuto da carreira docente, como agora também pretender adulterar a graduação profissional dos professores através da introdução de uma nova variável na graduação, ou seja a nossa avaliação de desempenho passará a entrar na dita graduação.

Vejamos, um professor que tenha Excelente vai ter mais 3 valores na graduação, um que tenha Muito Bom terá mais 2 valores e os restantes: Bom, Regular e Insuficiente não terão qualquer bonificação. Inacreditável! Tanto faz ter tido Bom como Insuficiente como regular levam todos zero.
Esta medida deve ser para salvar alguns familiares de 2º ou 3º grau de alguns ministros, talvez até alguns filhos fora do casamento, porque filhos legitimos não dá para acreditar, esses têm todos lugar em altos cargos públicos a ganhar balúrdios.

Como é que é possível que os professores que não foram avaliados sejam penalizados por tal lei? Um professor tem culpa de ter partido uma perna e ter ficado doente e não ter sido avaliado? Ou esteja destacado noutras funções ligadas ao ensino? Uma professora tem culpa de ter tido uma gravidez de risco e ter estado todo o ano em casa?

Não foram só os professores contratados que foram avaliados, sugiram casos de professores dos quadros que tiveram que ser avaliados porque estavam prestes a mudar de escalão, estes professores caso tenham tido Muito Bom ou Excelente ficam em vantagem em relação aos professores que não necessitaram de ser avaliados, caso tenham tido Muito Bom ou Excelente ficarão com mais 2 ou 3 valores na graduação, isto é mesmo uma autêntica vigarice.

Há casos de colegas que ameaçaram os Conselhos Executivos para obter Muito Bom ou Excelente e conseguiram, e até há um caso de alguém que se dirigiu ao Conselho Executivo a chorar alegando ter estado doente e não ter conseguido dar o máximo de si próprio, portanto não poderia ter menos de Muito Bom porque não podia ser penalizado pela sua doença, que quanto a mim era preguiça.

Peço que reenviem este mail a todos os vosso contactos, esta grande golpada tem que ser denunciada.

Para terem acesso ao projecto de alteração dos concursos cliquem no link abaixo indicado e leiam com atenção o artigo 14:

http://www.spgl.pt/cache/bin/XPQ3jTwXX4461eV28FetSMaZKU.pdf

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A avaliação dos docentes aplicada aos médicos

"Já que muitos jornalistas e comentadores defendem e compreendem o modelo proposto para a avaliação dos docentes, estranho que, por analogia, não o apliquem a outras profissões (médicos, enfermeiros, juízes, etc.).
Se é suposto compreenderem o que está em causa e as virtualidades deste modelo, vamos imaginar a sua aplicação a uma outra profissão, os médicos.
A carreira seria dividida em duas: Médico titular (a que apenas um terço dos profissionais poderia aspirar) e Médico.
A avaliação seria feita pelos pares e pelo director de serviços. Assim, o médico titular teria de assistir a três sessões de consultas, por ano, dos seus subordinados, verificar o diagnóstico, tratamento e prescrição de todos os pacientes observados. Avaliaria também um portefólio com o registo de todos os doentes a cargo do médico a avaliar, com todos os planos de acção, tratamentos e respectiva análise relativa aos pacientes.
O médico teria de estabelecer, anualmente os seus objectivos: doentes a tratar, a curar, etc. A morte de qualquer paciente, ainda que por razões alheias à acção médica, seria penalizadora para o clínico, bem como todos os casos de insucesso na cura, ainda que grande parte dos doentes sofresse de doença incurável, ou terminal. Seriam avaliados da mesma forma todos os clínicos, quer a sua especialidade fosse oncologia, nefrologia ou cirurgia estética...Poder-se-ia estabelecer a analogia completa, mas penso que os nossos 'especialistas' na área da educação não terão dificuldade em levar o exercício até ao fim.
A questão é saber se consideram aceitável o modelo? Caso a resposta seja afirmativa, então porque não aplicar o mesmo, tão virtuoso, a todas as profissões? Será???!!!
Já agora...Poderiam começar a 'experiência' pela Assembleia da República e pelos (des)governantes..."


Publicado in http://ramiromarques.blogspot.com/2008/03/imaginem-este-modelo-de-avaliao-de.html

Uma nova onda percorre o País

O movimento de escolas e agrupamentos que, nos últimos dias, aprovaram moções ou fizeram circular um abaixo-assinado a exigirem a suspensão do processo continua a aumentar.

Passem a palavra, quanto mais escolas aderirem a este protesto, mais hipoteses temos de vencer esta etapa e rever esta espécie de processo.

  • Agrupamento de escolas Clara de Resende, no Porto
  • Agrupamento de Escolas D.Carlos I, em Sintra
  • Agrupamento de escolas de Aradas, em Aveiro
  • Agrupamento de escolas de Armação de Pêra
  • Agrupamento de Escolas de Maceira
  • Agrupamento de escolas de Ourique
  • Agrupamento de escolas de Ovar
  • Agrupamento de escolas de Vila Nova de Poiares
  • Agrupamento de escolas de Vouzela
  • Agrupamento de escolas do Forte da Casa
  • Agrupamento de escolas José Maria Dos Santos, Pinhal Novo
  • Agrupamento Vertical de Escolas de Azeitão
  • Escola Alice Gouveia de Coimbra (Casa Branca )
  • Escola de Arraiolos
  • Escola EB 2/3 Dr. Rui Grácio, de Montelavar
  • Escola Eugénio de Castro, em Coimbra
  • Escola Secundária com 3º CEB Augusto Castro Gomes, de Matosinhos
  • Escola Secundária com 3º CEB, de Barcelinhos
  • Escola Secundária com 3º Ciclo de Manuel da Fonseca, de Santiago do Cacém
  • Escola Secundária D. João II, em Setúbal
  • Escola Secundária da Amadora
  • Escola Secundária de Amora
  • Escola Secundária de Camões, em Lisboa
  • Escola Secundária de Montemor-o-Novo
  • Escola Secundária do Monte de Caparica
  • Escola Secundária Dr. Jaime Magalhães Lima em Esgueira, Aveiro
  • Escola Secundária Dr. Júlio Martins, em Chaves
  • Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco, em Vila Real
  • Escola Secundária/3 Rainha Santa Isabel, de Estremoz

Quando é que podemos acrescentar o nome da tua escola a esta lista?

Acudam à praça, que matam os mestres!


15 DE NOVEMBRO: Os 100 000 e os seus amigos voltam a Lisboa para defender a dignidade de aprender em Portugal. (...) Traz o teu Sindicato contigo!

Copia para o teu telemóvel, e envia a 10 dos teus melhores amigos/colegas.

Pessoalmente considero que o agendamento de uma manifestação para o dia 8 pelos sindicatos é uma afronta ao movimento dos professores, uma forma infeliz de torpedear a manifestação de 15 de Novembro, de ir à boleia da manif de 15/11, de ganhar protagonismo antecipando o sentimento de revolta que leva os professores a quererem exteriorizá-lo. Seja qual for o motivo, a desculpa que os sindicatos dão não deixa de ser esfarrapada: dia 15 já é demasiado tarde... Tarde para quê?... Demasiado tarde reagiram os sindicatos.
Mas enfim, se os sindicatos não cederem, o ideal seria irem às 2 manifestações, mas, se não puderem e tiverem que optar apenas por uma, não deixem de ir à do dia 15 de Novembro.

Local de concentração: Marquês de Pombal, Lisboa.
Dia e Hora: 15 de Novembro, às 14 horas.
Segue-se desfile pela Rua Braancamp, Largo do Rato, Rua de S. Bento, terminando a manifestação em frente da Assembleia da República.


UMA ESCOLA, UM AUTOCARRO!

É este o lema. Organizem-se, contactem empresas rodoviárias, peçam orçamentos e façam circular listas para inscrição.
Para quem não conseguir encontrar autocarro deixamos aqui algumas sugestões alternativas com dicas muito úteis para quem se quiser deslocar para e dentro de Lisboa:

  1. - Tenta adquirir bilhete de comboio com antecedência (ida e volta - esta, para uma hora mais tardia - lembrem-se da hora a que tudo acabou no dia 8 de Março!)
  2. - O mesmo procedimento para quem quiser recorrer às carreiras expresso da Rodoviária.
  3. - Junta-te com outros colegas e vão de automóvel. Vão cedo e deixem-no junto a uma das estações de metro, por exemplo, junto à cidade universitária, na Luz, no Parque das Nações (útil para se regressar depressa, tanto para Sul, como para Norte, evitando as filas que se prevêem)

Ao abrigo do artigo 37º da Constituição da República Portuguesa (Liberdade de expressão e informação)

Sr. Engº José Sócrates,


Antes de mais, peço desculpa por não o tratar por Excelência nem por Primeiro-Ministro, mas, para ser franca, tenho muitas dúvidas quanto ao facto de o senhor ser excelente e, de resto, o cargo de primeiro-ministro parece-me, neste momento, muito pouco dignificado.


Também queria avisá-lo de antemão que esta carta vai ser longa, mas penso que não haverá problema para si, já que você é do tempo em que o ensino do Português exigia grandes e profundas leituras. Ainda pensei em escrever tudo por tópicos e com abreviaturas, mas julgo que lhe faz bem recordar o prazer de ler um texto bem escrito, com princípio, meio e fim, e que, quiçá, o faça reflectir (passe a falta de modéstia).


Gostaria de começar por lhe falar do 'Magalhães'. Não sobre os erros ortográficos, porque a respeito disso já o seu assessor deve ter recebido um e-mail meu. Queria falar-lhe da gratuitidade, da inconsequência, da precipitação e da leviandade com que o senhor engenheiro anunciou e pôs em prática o projecto a que chama de
e-escolinha.


O senhor fala em Plano Tecnológico e, de facto, eu tenho visto a tecnologia, mas ainda não vi plano nenhum. Senão, vejamos a cronologia dos factos associados ao projecto 'Magalhães':

. No princípio do mês de Agosto, o senhor engenheiro apareceu na televisão a anunciar o projecto e-escolinhas e a sua ferramenta: o portátil Magalhães.

. No dia 18 de Setembro (quinta-feira) ao fim do dia, o meu filho traz na mochila um papel dirigido aos encarregados de educação, com apenas quatro linhas de texto informando que o 'Magalhães' é um projecto do Governo e que, dependendo do escalão de IRS, o seu custo pode variar entre os zero e os 50 euros. Mais nada! Seguia-se um formulário com espaço para dados como nome do aluno, nome do encarregado de educação, escola, concelho, etc. e, por fim, a oportunidade de assinalar, com
uma cruzinha, se pretendemos ou não adquirir o 'Magalhães'.

. No dia 22 de Setembro (segunda-feira), ao fim do dia, o meu filho traz um novo papel, desta vez uma extensa carta a anunciar a visita, no dia seguinte, do primeiro-ministro para entregar os primeiros 'Magalhães' na EB1 Padre Manuel de Castro. Novamente uma explicação respeitante aos escalões do IRS e ao custo dos portáteis.

. No dia 23 de Setembro (terça-feira), o meu filho não traz mais papéis, traz um 'Magalhães' debaixo do braço.


Ora, como é fácil de ver, tudo aconteceu num espaço de três dias úteis em que as famílias não tiveram oportunidade de obter esclarecimentos sobre a futura utilização e utilidade do 'Magalhães'. Às perguntas que colocámos à professora sobre o assunto, ela não soube responder.Reunião de esclarecimento, nunca houve nenhuma.

Portanto, explique-me, senhor engenheiro: o que é que o seu Governo pensou para o 'Magalhães'? Que planos tem para o integrar nas aulas? Como vai articular o seu uso com as matérias leccionadas? Sabe, é que 50 euros talvez seja pouco para se gastar numa ferramenta de trabalho, mas, decididamente, e na minha opinião, é demasiado para se gastar num brinquedo. Por favor, senhor engenheiro, não me obrigue a concluir que acabei de pagar por uma inutilidade, um capricho seu, uma manobra de
campanha eleitoral, um espectáculo de fogo de artifício do qual só sobra fumo e o fedor intoxicante da pólvora.

Seja honesto com os portugueses e admita que não tem plano nenhum. Admita que fez tudo tão à pressa que nem teve tempo de esclarecer as escolas e os professores. E não venha agora dizer-me que cabe aos pais aproveitarem esta maravilhosa oportunidade que o Governo lhes deu e ensinarem os filhos a lidar com as novas tecnologias. O seu projecto chama-se e-escolinha, não se chama e-familiazinha! Faça-lhe jus! Ponha a sua equipa a trabalhar, mexa-se, credibilize as suas iniciativas!

Uma coisa curiosa, senhor engenheiro, é que tudo parece conspirar a seu favor nesta sua lamentável obra de empobrecimento do ensino assente em medidas gratuitas.
Há dias arrisquei-me a ver um episódio completo da série Morangos com Açúcar. Por coincidência, apanhei precisamente o primeiro episódio da nova série que significa, na ficção, o primeiro dia de aulas daquela miudagem. Ora, nesse primeiro dia de aulas, os alunos conheceram a sua professora de matemática e o seu professor de português. As imagens sucediam-se alternando a aula de apresentação de matemática por
contraposição à de português. Enquanto a professora de matemática escrevia do quadro os pressupostos da sua metodologia - disciplina, rigor e trabalho - o professor de português escrevia no quadro os pressupostos da sua - emoção, entrega e trabalho. Ora, o que me faz espécie, senhor engenheiro, é que a personagem da professora de matemática é maldosa, agressiva e antiquada, enquanto que o professor de português é um tipo moderno e bué de fixe. Então, de acordo com os princípios do raciocínio lógico, se a professora de matemática é maldosa e agressiva e os seus pressupostos são disciplina e rigor, então a disciplina e o rigor são coisas negativas. Por outro lado, se o professor de português é bué de fixe, então os pressupostos da emoção e da entrega são perfeitos. E de facto era o que se via. Enquanto que na aula de matemática os alunos bufavam, entediados, na aula de português sorriam, entusiasmados.

Disciplina e rigor aparecem, assim, como conceitos inconciliáveis com emoção e entrega, e isto é a maior barbaridade que eu já vi na minha vida. Digo-o eu, senhor engenheiro, que tenho uma profissão que vive das emoções, mas onde o rigor é 'obstinado', como dizem os poetas. Eu já percebi que o ensino dos dias de hoje não sabe conciliar estes dois lados do trabalho. E, não o sabendo, optou por deixar de lado a disciplina e o rigor. Os professores são obrigados a acreditar que para se fazer um texto criativo não se pode estar preocupado com os erros ortográficos. E que para se saber fazer uma operação aritmética não se pode estar preocupado com a exactidão do seu resultado. Era o que faltava, senhor engenheiro!

Agora é o momento em que o senhor engenheiro diz de si para si: mas esta mulher é um Velho do Restelo, que não percebe que os tempos mudaram e que o ensino tem que se adaptar a essas mudanças? Percebo, senhor engenheiro. Então não percebo? Mas acontece que o que o senhor engenheiro está a fazer não é adaptar o ensino às mudanças, você está a esvaziá-lo de sentido e de propósitos. Adaptar o ensino seria afinar as metodologias por forma a torná-las mais cativantes aos olhos de uma geração inquieta e voltada para o imediato. Mas nunca diminuir, nunca desvalorizar, nunca reduzir ao básico, nunca baixar a bitola até ao nível da mediocridade.

Mas, por falar em Velho do Restelo...

... Li, há dias, numa entrevista com uma professora de Literatura Portuguesa, que o episódio do Velho do Restelo foi excluído do estudo d'Os Lusíadas. Curioso, porque este era o episódio que punha tudo em causa, que questionava, que analisava por outra perspectiva, que é algo que as crianças e adolescentes de hoje em dia estão pouco habituados a fazer. Sabem contrariar, é certo, mas não sabem questionar. São coisas bem diferentes: contrariar tem o seu quê de gratuito; questionar tem tudo de filosófico. Para contrariar, basta bater o pé. Para questionar, é preciso pensar.

Tenho pena, porque no meu tempo (que não é um tempo assim tão distante), o episódio do Velho do Restelo, juntamente com os de Inês de Castro e da Ilha dos Amores, era o que mais apaixonava e empolgava a turma. Eram três episódios marcantes, que quebravam a monotonia do discurso de engrandecimento da nação e que, por isso, tinham o mérito de conseguir que os alunos tivessem curiosidade em descodificar as
suas figuras de estilo e desbravar o hermetismo da linguagem. Ainda hoje me lembro exactamente da aula em que começámos a ler o episódio de Inês de castro e lembro-me das palavras da professora Lídia, espicaçando-nos, estimulando-nos, obrigando-nos a pensar. E foi há 20 anos.

Bem sei que vivemos numa era em que a imagem se sobrepõe à palavra, mas veja só alguns versos do episódio de Inês de Castro, veja que perfeita e inequívoca imagem eles compõem:

'Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano d'alma ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito (...)'

Feche os olhos, senhor engenheiro, vá lá, feche os olhos. Não consegue ver, perfeitamente desenhado e com uma nitidez absoluta, o rosto branco e delicado de Inês de Castro, os seus longos cabelos soltos pelas costas, o corpo adolescente, as mãos investidas num qualquer bordado, o pensamento distante, vagueando em delícias proibidas no leito do príncipe? Não vê os seus olhos que de vez em quando escapam
às linhas do bordado e vão demorar-se na janela, inquietos de saudade, à espera de ver D. Pedro surgir a galope na linha do horizonte? E agora, se se concentrar bem, não vê uma nuvem negra a pairar sobre ela, não vê o prenúncio do sangue a escorrer-lhe pelos fios de cabelo?
Não consegue ver tudo isto apenas nestes quatro versos?

Pois eu acho estes quatro versos belíssimos, de uma simplicidade arrebatadora, de uma clareza inesperada. É poesia, senhor engenheiro, é poesia! Da mais nobre, grandiosa e magnífica que temos na nossa História. Não ouse menosprezá-la. Não incite ninguém a desrespeitá-la.

Bem, admito que me perdi em divagações em torno da Inês de Castro. O que eu queria mesmo era tentar perceber porque carga de água o Velho do Restelo desapareceu assim. Será precisamente por estimular a diferença de opiniões, por duvidar, por condenar? Sabe, não tarda muito, o episódio da Ilha dos Amores será também excluído dos conteúdos programáticos por 'alegado teor pornográfico' e o de Inês de Castro igualmente, por 'incitamento ao adultério e ao desrespeito pela autoridade'.

Como é, senhor engenheiro? Voltamos ao tempo do 'lápix' azul?

E já agora, voltando à questão do rigor e da disciplina, da entrega e da emoção: o senhor engenheiro tem ideia de quanta entrega e de quanta emoção Luís de Camões depôs na sua obra? E, por outro lado, o senhor engenheiro duvida da disciplina e do rigor necessários à sua concretização? São centenas e centenas de páginas, em dezenas de capítulos e incontáveis estrofes com a mesma métrica, o mesmo tipo de
rima, cada palavra escolhida a dedo... o que implicou tudo isto senão uma carga infinita de disciplina e rigor?

Senhor engenheiro José Sócrates: vejo que acabo de confiar o meu filho ao sistema de ensino onde o senhor montou a sua barraca de circo e não me apetece nada vê-lo transformar-se num palhaço. Bem, também não quero ser injusta consigo. A verdade é que as coisas já começaram a descarrilar há alguns anos, mas também é verdade que você está a sobrealimentar o crime, com um tirinho aqui, uma facadinha ali, uma
desonestidade acolá.

Lembro-me bem da época em que fiz a minha recruta como jornalista e das muitas vezes em que fui cobrir cerimónias e eventos em que você participava. Na altura, o senhor engenheiro era Secretário de Estado do Ambiente e andava com a ministra Elisa Ferreira por esse Portugal fora, a inaugurar ETAR's e a selar aterros. Também o vi a plantar árvores, com as suas próprias mãos. E é por isso que me dói que agora,
mais de dez anos depois, você esteja a dar cabo das nossas sementes e a tornar estéreis os solos que deveriam ser férteis.

Sabe, é que eu tenho grandes sonhos para o meu filho. Não, não me refiro ao sonho de que ele seja doutor ou engenheiro. Falo do sonho de que ele respeite as ciências, tenha apreço pelas artes, almeje a sabedoria e valorize o trabalho. Porque é isso que eu espero da escola. O resto é comigo.

Acho graça agora a ouvir os professores dizerem sistematicamente aos pais que a família deve dar continuidade, em casa, ao trabalho que a escola faz com as crianças. Bem, se assim fosse eu teria que ensinar o meu filho a atirar com cadeiras à cabeça dos outros e a escrever as redacções em linguagem de sms. Não. Para mim, é o contrário: a escola é que deve dar continuidade ao trabalho que eu faço com o meu filho.
Acho que se anda a sobrevalorizar o papel da escola. No meu tempo, a escola tinha apenas a função de ensinar e fazia-o com competência e rigor. Mas nos dias que correm, em que os pais não têm tempo nem disposição para educar os filhos, exige-se à escola que forme o seu carácter e ocupe todo o seu tempo livre. Só que infelizmente ela tem cumprido muito mal esse papel.

A escola do meu tempo foi uma boa escola. Hoje, toda a gente sabe que a minha geração é uma geração de empreendedores, de gente criativa e com capacidade iniciativa, que arrisca, que aposta, que ambiciona. E não é disso que o país precisa? Bem sei que apanhámos os bons ventos da adesão à União Europeia e dos fundos e apoios que daí advieram, mas isso por si só não bastaria, não acha? E é de facto curioso: tirando o Marco cigano, que abandonou a escola muito cedo, e a Fatinha que andava sempre com ranhoca no nariz e tinha que tomar conta de três
irmãos mais novos, todos os meus colegas da primária fizeram alguma coisa pela vida. Até a Paulinha, que era filha da empregada (no meu tempo dizia-se empregada e não auxiliar de acção educativa, mas, curiosamente, o respeito por elas era maior), apesar de se ter ficado pelo 9º ano, não descansou enquanto não abriu o seu próprio Pão Quente e a ele se dedicou com afinco e empenho. E, no entanto, levámos
reguadas por não sabermos de cor as principais culturas das ex-colónias e éramos sujeitos a humilhação pública por cada erro ortográfico. Traumatizados? Huuummm... não me parece. Na verdade, senhor engenheiro, tenho um respeito e uma paixão pela escola tais que, se tivesse tempo e dinheiro, passaria o resto da minha vida a
estudar.

Às vezes dá-me para imaginar as suas conversas com os seus filhos (nem sei bem se tem um ou dois filhos...) e pergunto-me se também é válido para eles o caos que o senhor engenheiro anda a instalar por aí. Parece que estou a ver o seu filho a dizer-lhe: ó pai, estou com dificuldade em resolver este sistema de três equações a três
incógnitas... dás-me uma ajuda? E depois, vejo-o a si a responder com a sua voz de homilia de domingo: não faz mal, filho... sabes escrever o teu nome completo, não sabes? Então não te preocupes, é perfeitamente suficiente...

Vendo as coisas assim, não lhe parece criminoso o que você anda a fazer?

E depois, custa-me que você apareça em praça pública acompanhado da sua Ministra da Educação, que anda sempre com aquele ar de infeliz, de quem comeu e não gostou, ambos com o discurso hipócrita do mérito dos professores e do sucesso dos alunos, apoiados em estatísticas cuja real interpretação, à luz das mudanças que você operou, nos apresenta uma monstruosa obscenidade. Ofende-me, sabe? Ofende-me por me tomar por estúpida.

Aliás, a sua Ministra da Educação é uma das figuras mais desconcertantes que eu já vi na minha vida. De cada vez que ela fala, tenho a sensação que está a orar na missa de sétimo dia do sistema de ensino e que o que os seus olhos verdadeiramente dizem aos pais deste Portugal é apenas 'os meus sentidos pêsames'.

Não me pesa a consciência por estar a escrever-lhe esta carta. Sabe, é que eu não votei em si para primeiro-ministro, portanto estou à vontade. Eu votei em branco. Mas, alto lá! Antes que você peça ao seu assessor para lhe fazer um discurso sobre o afastamento dos jovens da política, lembre-se, senhor engenheiro: o voto em branco não é o voto da indiferença, é o voto da insatisfação! Mas, porque vos é conveniente, o voto em branco é contabilizado, indiscriminadamente,com o voto nulo, que é aquele em que os alienados desenham macaquinhos e escrevem obscenidades.

Você, senhor engenheiro, está a arriscar-se demasiado. Portugal está prestes a marcar-lhe uma falta a vermelho no livro de ponto. Ah... espere lá... as faltas a vermelho acabaram... agora já não há castigos...

Bem, não me vou estender mais, até porque já estou cansada de repetir 'senhor engenheiro para cá', 'senhor engenheiro para lá'. É que o meu marido também é engenheiro e tenho receio de lhe ganhar cisma.

Esta carta não chegará até si. Vou partilhá-la apenas e só com os meus E-leitores (sim, sim, eu também tenho os meus eleitores) e talvez só por causa disso eu já consiga hoje dormir melhor. Quanto a si, tenho dúvidas.

Para terminar, tenho um enorme prazer em dedicar-lhe, aqui, uma estrofe do episódio do Velho do Restelo. Para que não caia no esquecimento. Nem no seu, nem no nosso.

'A que novos desastres determinas
De levar estes Reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas,
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos e de minas
De ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias? '

Atenciosamente e ao abrigo do artigo nº 37 da Constituição da República Portuguesa,

Uma mãe preocupada

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Petróleo a 64 dólares em Londres!!!!

Petróleo caiu hoje (22 de Outubro) fortemente e está já nos 64 dólares em Londres!
«Ouro negro» negoceia no nível mais baixo dos últimos 16 meses. Só nas gasolineiras é que não se vê nada disto, como é costume, apesar dos 3 cêntimos de redução, para inglês ver (sim porque os Portugueses já estão todos com os olhos cheios de areia)... Vergonha das vergonhas.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Resistência interna contra a avaliação burocrática alastra por todo o país

Resistência interna contra a avaliação burocrática alastra por todo o país

O movimento de resistência interna à avaliação burocrática de desempenho não pára de alastrar. Sem querer ser exaustivo, deixo aqui uma lista de escolas e agrupamentos que, nos últimos dias, aprovaram moções ou fizeram circular um abaixo-assinado a exigirem a suspensão do processo.
1. Agrupamento de escolas de Vouzela
2. Agrupamento de escolas de Ourique
3. Agrupamento de escolas Clara de Resende, no Porto
4. Agrupamento de escolas de Ovar
5. Agrupamento de escolas de Vila Nova de Poiares
6. Escola Secundária D. João II, em Setúbal
7. Agrupamento de escolas de Armação de Pêra
8. Escola Eugénio de Castro, em Coimbra

O direito à reunião e à aprovação de moções é um direito protegido pela Constituição. Nada há a temer. Os pedidos de suspensão do processo de avaliação estão a alastrar por todo o lado. Nada há a recear. Não pode haver processos disciplinares em consequência da simples aprovação de moções a exigirem a suspensão do processo.

O movimento de contestação cresce dentro das escolas e passa por duas vertentes complementares: aprovação de moções que exigem a suspensão do processo e a preparação das manifestações de 8/11 e de 15/11. Como são espíritos livres, os professores tomam decisões sobre a sua participação numa ou noutra das manifestações ou nas duas sem precisarem de cabrestos. Pensam pela sua própria cabeça. À medida que mais professores são envolvidos no processo de avaliação de desempenho, mais são os que se apercebem do Inferno onde os colocaram. A tomada de consciência da impossibilidade de aceitar o modelo burocrático de avaliação cresce na proporção dos que se envolvem nele.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Magalhães - o mais escandaloso golpe de propaganda do ano

Quanto ao bluff do Magalhães, insiro aqui o conteúdo de uma mensagem que tem circulado na net, para que todos fiquem a conhecer o golpe do vigário Sócrates - uma das muitas vigarices a que este governo nos tem habituado.


Os noticiários abriram há dias, com pompa e circunstância, anunciando o lançamento do 'Primeiro computador portátil português', o 'Magalhães'.

A RTP refere que é 'um projecto português produzido em Portugal'
A SIC refere que 'um produto desenvolvido por empresas nacionais e pela Intel' e que a 'concepção é portuguesa e foi desenvolvida no âmbito do Plano Tecnologico.'

Na realidade, só com muito boa vontade é que o que foi dito e escrito é verdadeiro. O projecto não teve origem em Portugal, já existe desde 2006 e é da responsabilidade da Intel. Chama-se Classmate PC e é um laptop de baixo custo destinado ao terceiro mundo e já é vendido há muito tempo através da Amazon.

As notícias foram cuidadosamente feitas de forma a dar ideia que o 'Magalhães' é algo de completamente novo e com origem em Portugal. Não é verdade.
Felizmente, existem alguns blogues atentos. Na imprensa escrita salvou-se, que se tenha dado conta, a notícia do Portugal Diário: 'Tirando o nome, o logótipo e a capa exterior, tudo o resto é idêntico ao produto que a Intel tem estado a vender em várias partes do mundo desde 2006. Aliás, esta é já a segunda versão do produto.'

Pelos vistos, o jornalista Filipe Caetano foi o único a fazer um trabalhinho de investigação em vez de reproduzir o comunicado de imprensa do Governo.

A ideia é destruir os esforços de Negroponte para o OLPC.
O criador do MIT Media Lab criou esta inovação, o portátil de 100 dólares...
A Intel foi um dos parcceiros até ver o seu concorrente AND ser escolhida como fornecedor. Saiu do consórcio e criou o Classmate, que está a tentar impor aos países em desenvolvimento.

Sócrates acaba de aliar-se, SEM CONCURSO, à Intel, para destruir o projecto de Negroponte. A JP Sá Couto, que ja fazia os Tsumanis, tem assim, SEM CONCURSO, todo o mercado nacional do primeiro ciclo.

Tudo se justifica em nome de um número
de propaganda política terceiro-mundista.

Para os pivots (ex-jornalistas?) Rodrigues dos Santos ou José Alberto Carvalho, o importante é debitar chavões propagandísticos em vez de fazer perguntas.

Se não fosse a blogosfera - que o ministro Santos Silva ainda não controla - esta propaganda não seria desmascarada. Os jornalistas da imprensa tradicional têm vindo a revelar-se de uma ignorância, seguidismo e preguiça atroz.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicholas_Negroponte#O_PC_de_USD_100

Professores imbecis

Vejam até que ponto vai a imbecilidade dos professores:
http://paulocarvalhotecnologias.wordpress.com/2008/09/29/deformacao-%c2%abmagalhaes%c2%bb/
Se quiserem ser yes-men da Ministra, continuem.
Se acham que isto é a degradação total da dignidade dos professores, peguem no carro, tomem o comboio, vão à boleia, se preciso for, mas estejam no dia 15 de Novembro em Lisboa e que cada um leve um colega consigo.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

¿A través de qué instrumentos se evalúa a los docentes?

!Por supuesto que lo sabías! Los instrumentos de evaluación del Sistema de Evaluación del Desempeño Profesional Docente Portugués son los chilenos, claro.
Le da una mirada a este sitio y tendrás tu respuesta:

http://www.docentemas.cl/documentos.php

ML Rodriguez

A manifestação do 15 de Novembro na imprensa

A Lusa está a divulgar a anunciada Marcha de Professores do dia 15/11. O evento foi ainda divulgado pelo IOL Portugal Diário, JN, Sapo e Público.

No Sol
No Público
No Iol Diário

A MANIFESTAÇÃO DO DIA 15 DE NOVEMBRO COMUNICADA AO GOVERNO CIVIL DE LISBOA

Eram 10horas 18minutos e 38segundos de hoje 14 de Outubro, quando três determinados professores da APEDE e do MUP, mandatados por uma Assembleia Geral de professores ocorrida dias antes nas Caldas da Rainha, entraram no Governo Civil de Lisboa determinados a dar conhecimento às autoridades e a preencher os requisitos legais para a convocação de uma manifestação de professores a ocorrer no dia 15 de Novembro.

Local de concentração: Marquês de Pombal, Lisboa.
Dia e Hora: 15 de Novembro, às 14 horas.

Segue-se desfile pela Rua Braancamp, Largo do Rato, Rua de S. Bento, terminando a manifestação em frente da Assembleia da República.


Contamos com todos!
Todos fazem falta!
Todos seremos poucos!

Organizem-se! Vamos TODOS a Lisboa!

Publicado em http://sinistraministra.blogspot.com/

'Traídos 1…Traídos 2…Traídos…'

Normalmente, sentimos que estamos a ser traídos, mas quase nunca temos provas efectivas do acto ilícito. Quando a Plataforma assinou um tal de Entendimento que 100Mil Professores, de facto, não entendeu, não quisemos crer que fosse traição, pelo menos consciente e assumida! Deu-nos jeito pensar que eles eram ingénuos e que MLR lhes tinha conseguido dar a volta. Lá engolimos em seco, uns com mais dificuldade do que outros, e continuámos, serenamente, mas de olhos abertos, a tentar perceber as conquistas alcançadas com a união de toda uma classe social, a dos Professores! Conquistas que, diga-se, nunca chegaram! As injustiças mantiveram-se, a complexidade dos documentos raia o limite da loucura, o excesso de trabalho burocrático não é mensurável! Com a raiva nos dentes, vamo-nos arrastando, diariamente, para a escola na esperança de que alguém nos defenda, altere tanta asneira produzida em três anos e nos deixe trabalhar, voltando a olhar para os nossos alunos como a grande força que nos move. Só que, afinal, da primeira vez, a traição tinha sido mesmo traição! Assumida bem nas nossas barbas! Os interesses do país, dos nossos filhos, dos nossos jovens, não se coadunam com os timings políticos da FENPROF e, por sua vez, da Plataforma que dirige! O Entendimento não foi assinado ingenuamente! Foi, propositadamente! Como é possível? E não é que vão mantê-lo mesmo CONTRA a grande maioria dos professores? É assim que a 2ª traição vem a caminho! Desta vez, inequivocamente! A Plataforma está contra a manifestação dos professores! Vão assumi-lo, não tivéssemos nós dúvidas, oficialmente, amanhã, dia 15 de Outubro, pelas 17H, quando a Plataforma Sindical anunciar ao país que a SUA manifestação é dia 7 de Novembro, ou sei lá quando, e que não subscreve a nossa, já convocada legalmente, a do dia 15 de Novembro! Traídos uma vez…traídos segunda…alguém vai esperar para assistir à terceira?! Se nas escolas, os grelhados já não se aguentam, o cheiro a esturro desta Plataforma é inqualificável! É nestas alturas que se percebe (parte, apenas parte…) dos interesses daqueles a quem, mesmo em época de crise, pagamos religiosamente as nossas quotas… E a FENPROF até cobra à percentagem! Permitiria Mário Nogueira um lugar que não fosse na primeira fila?! Ele é o Protagonista! Ele é que sabe! Pior…ele é que controla a classe docente! Como poderia participar numa manifestação convocada por outros, ainda que esses outros sejam aqueles que diz representar? E os outros sindicatos? Todos contra a manifestação, porquê?! Ao longo dos anos, fui assistindo à irritação da FENPROF sempre que surgia um novo sindicato de professores que, de alguma maneira, se afirmava contra as políticas educativas defendidas sob o lema “ Carreira Igual, Salário Igual”! Mas foram surgindo e são catorze, dizem! Dividiram-se, roubaram sócios uns aos outros, criticaram as formas de agir de uns e de outros, até surgir o milagre conhecido de MLR que deu origem a uma Plataforma Sindical capaz de reunir sindicatos com os objectivos mais díspares entre si! Aqueles que lutaram, anos a fio, contra a FENPROF acabam por eleger a própria FENPROF como seu porta-voz! Muito bem, ou muito mal, aconteceu! O momento era, e é, de união e não houve alternativa! Mas, afinal, por que se demarcam agora catorze sindicatos de professores de uma manifestação marcada por Professores? Há um denominador comum a todos eles: têm medo! Estão com medo! Medo de perder o protagonismo e, sobretudo, medo que novos sindicatos venham a caminho! E, possivelmente, até vêm! E se tiverem mérito serão bem-vindos! E se defenderem os interesses dos professores serão bem-vindos! E se conseguirem reunir 143Mil professores, melhor ainda! E então, se forem capazes de não trair os professores, será ouro sobre azul! Dia 15 de Novembro, os professores devem tocar a reunir e marchar, novamente, até Lisboa! De carro, de autocarro, de comboio…a pé, se preciso for! Alguém precisa da Plataforma para ir até Lisboa?! Por favor, organizem-se! Na escola, com os amigos, os filhos, a família, os vizinhos! Mas vão! E não para se manifestarem contra a Plataforma! Esqueçam-nos! Vão, sobretudo, para mostrar uma coisa que, na minha opinião, é muito importante: mostrar à Senhora Ministra que já não basta que mande a FENPROF mandar nos Professores! Já não basta que os sindicatos se juntem todos numa Plataforma Amiga para calar os professores e controlá-los! Os professores já não se deixam mais controlar! E querem que o país inteiro, no dia 15 de Novembro, o perceba claramente! Dia 15, por nós e por Portugal, diremos Não à política educativa do governo e aos interesses sindicais daqueles que são sindicalistas, mas não são, com certeza, Professores! Os Professores, mesmo que sindicalistas, esses, certamente, estarão lá!


Vasco Luís (pseudónimo de autor devidamente identificado)