domingo, 29 de março de 2009

Os aldrabões desmascarados mais uma vez...

Os estágios que o Pinóquio prometeu! Tanta PROPAGANDA para 12 (sim DOZE!!!) estágios! É o circo montado! E a Comunicação Social Vendida faz a vontade!

Tudo Desmontado no Nós por Cá:

E a Acção foi?????????????
Viemos aqui para.....................................zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...

sábado, 28 de março de 2009

Faleceu o Doutor Albino

Já só muito tarde tivemos conhecimento do falecimento do Doutor Albino de Almeida Matos, nosso professor de Latim III e de Latim dos Cristãos. Foi sepultado ontem em Resende. Paz à sua alma.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Depois do Magalhães vem aí o Camões: o novo professor robótico

O segundo Sócrates (o das próximas eleições) está já a preparar uma forma de se livrar dos professores de uma vez para sempre recorrendo ao "Camões made in Portugal" com peças japonesas.



Japoneses querem criar professor robótico
Os Japoneses estão a trabalhar num robô capaz de dar aulas a alunos da escola primária. Trata-se um andróide e dá pelo nome de Saya.

Depois de 15 anos de pesquisa, o Japão está a testar a possibilidade de usar um andróide na sala de aula, em substituição do professor de carne e osso.
O andróide consegue falar em diferentes línguas, distribuir trabalhos e fazer expressões faciais, graças a 18 motores escondidos debaixo da pele de látex.

Inicialmente, este robô tinha sido criado para substituir uma série de trabalhadores, incluindo secretárias, numa tentativa de permitir às empresas cortar custos.

Este é o mais recente exemplo dos robôs que estão a transformar vários aspectos da vida japonesa.

O governo Japonês já disse que quer um robô em cada casa até 2015, e está a investir 35 milhões de dólares (cerca de 30 milhões de euros) em inteligência robótica para esse fim.

Esta vontade tem a ver com o envelhecimento da população japonesa: em sete anos, um em quatro japoneses terá mais de 65 anos, o que significa que a força de trabalho está a diminuir.


O que tem esta notícia a ver com Portugal?
Por cá, Sócrates é confrontado com o abandono em massa de professores. A solução para encontrar mão de obra barata, programada para preencher mais de 10 relatórios por segundo (em formato digital, para não destruir a mancha florestal do País), que está na escola 24 horas por dia, programada para não fazer greves, nem manifestações de rua, programada para obedecer incondicionalmente às ordens da ministra, secretários de estado e afins (directores-gerais, directores regionais, etc., etc.) é este robô, ou seja, contratar a fábrica de uns amigos do PM para produzir este tipo de robôs. O amigo Hugo Chavez encomenda logo 5 milhões de exemplares programados para votarem nele sempre que for necessário e adicionalmente podem dar aulas de Chavística Doutrinária.

A geração seguinte de robôs estará preparada para assumir funções ministeriais, quaisquer que elas sejam, à excepção de uma: a de Primeiro-Ministro. A nossa vida passará a ser ainda mais cinzenta e monótona: deixamos de nos rir com as anedotas do Mário Lino e do Manuel Pinho - passam todas a ser sobre o Sócrates...

NB: o novo robô chama-se Camões não por homenagem à Língua Portuguesa - para isso, chavam-se Margarida Moreira - não, é porque, como o Camões era cego da vista direita e só via pelo olho esquerdo, o robô também vê tudo sob o ponto de vista sinistro, perdão, esquerdo. Desta forma, não trai os ideais do PS que, não se esqueçam, é um partido de esquerda.

Estão a assassinar o português... III

O presidente do CDS/PP acusou este sábado a directora regional de Educação do Norte de não saber escrever, tendo em conta um e-mail que ela enviou, acrescentando que é mais um caso a juntar-se aos erros de português do Magalhães.

«Ainda bem que foram denunciados [os erros de português do Magalhães] e só podem ser rapidamente corrigidos mas já se vai tornando prática habitual, eu chamo a vossa atenção para um e-mail da senhora directora regional da Educação (Margarida Moreira), de 17 Fevereiro, recomendo-vos a leitura e digam-me se tem alguma coisa a ver com a língua de Luís de Camões», afirmou Paulo Portas.

«Quando uma directora regional que tem a obrigação de se relacionar com milhares de escolas, que tem a tutela de dezenas de milhares de professores não sabe escrever português, como se pode pedir depois aos jovens que saibam escrever, ler e entender correctamente a língua de Camões», perguntou o líder do CDS/PP.

Paulo Portas referia-se a um e-mail enviado pela directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, à presidente do conselho executivo agrupamento de escolas Território Educativo de Coura.

No e-mail a que a Lusa teve acesso lê-se:
"...E na salvaguarda primeira das obrigações da escola - cumprir a sua missão de processos de socialização (sic) e de aprendizagem para os alunos (sic), razão central porque definiu as actividades de Carnaval (sic) nos documentos de acção educativa...

...Sendo certo que muitos docentes não se aceitam (sic) o uso dos alunos nesta atitude inaceitável (sic), acompanharemos de muito perto a defesa do bom nome da escola, dos professores, dos alunos e de toda uma população que muito tem orgulhado (sic) o nosso país pela valorização que à escola tem dado (sic)..."


Estão a assassinar o português... II

O festival de asneiras do "Magalhães" - Filipe Santos Costa
in Expresso on line

Há frases mal construídas, outras que começam na segunda pessoa do singular e continuam na terceira (tratam o leitor por tu e por você), expressões absurdas e frases que simplesmente não fazem sentido.

Ortografia, sintaxe e gramática - nas instruções dos jogos do computador portátil Magalhães nada resiste às inovações do "magalhanês". Há palavras repetidamente mal escritas, outras inventadas, verbos mal conjugados, vírgulas semeadas onde calha, acentos que aparecem onde não devem e não estão onde deviam.

Há frases mal construídas, outras que começam na segunda pessoa do singular e continuam na terceira (tratam o leitor por tu e por você), expressões absurdas e frases que simplesmente não fazem sentido.

Nalguns casos, as instruções que deviam ajudar a utilizar os jogos complicam de tal maneira que não há quem perceba o que está em causa.

Lê-se e não se acredita. "Neste processador podes escrever o texto que quiseres, gravar-lo e continuar-lo mais tarde", lê-se nas instruções do processador de texto - isso mesmo: "gravar-lo e continuar-lo". "Dirije o guindaste e copía o modelo", explicam as intruções de um puzzle - assim: "dirije" com "j" e "copía" com acento no "i". "Quando acabas-te, carrega no botão OK" - "acabas-te", em vez de "acabaste".

Tudo isto se pode ler nas instruções dos jogos que vêm instalados de origem no computador Magalhães, conforme descobriu o deputado José Paulo Carvalho, depois de navegar na área lúdica do computador.

Ontem, depois de ter sido confrontado pelo Expresso com a existência de mais de 80 erros destes no portátil que já foi distribuído a 200 mil crianças, o Ministério da Educação informou que vai pedir a todas as escolas que retirem esse software dos computadores dos seus alunos. E vai ser solicitado à JP Sá Couto, empresa fabricante do Magalhães, que não inclua esses jogos nos computadores que ainda vai produzir.

Aqui fica uma lista (não exaustiva) das "pérolas" com que o "Magalhães" tem presenteado as nossas crianças.

* "Cada automóvel só pode mover horizontalmente ou verticalmente. Tu deves ganhar espaço para permitir ao carro vermelho de sair pelo portão à direita."

* "O Tux escondeu algumas coisas. Encontra-las na boa ordem."

* "Carrega nos elementos até pensares que encontras-te a boa resposta. (...) Nos níveis mais baixos, o Tux indica-te onde encontras-te uma boa cor marcando o elemento com um ponto preto. Podes utilizar o botão direito do rato para mudar as cores no sentido contrario."

* "Dirije o guindaste e copía o modelo."

* "Abaixo da grua, vai achar quatro setas que te permitem de mexer os elementos."

* "O objectivo do quebra-cabeças é de entrar cifres entre 1 e 9 em cada quadrado da grelha, frequentemente grelhas de 9x9 que contéem grelhas de 3x3 (chamadas 'zonas'), começando com alguns números já metidos (os 'dados'). Cada linha, coluna, e zona só pode ter uma vez um símbolo ou cifre igual." (nota: instruções para o jogo sudoku)

* "Carrega em qualquer elemento que tem uma zona livre ao lado dele. Ele vai ir para ela."

* "Enfia a bola no buraco preto á direita."

* "Com o teclado, escreve o número de pontos que vês nos dados que caêm."

* "O objectivo do jogo é de capturar mais sementes do que o adversário. (...) Se os jogadores se acordam no facto que o jogo está num ciclo sem fim, cada jogador captura as sementes do seu lado."

* "Ao princípio do jogo 4 sementes são metidas em cada casa. O jogadores movem as sementes por vês. A cada torno, um jogador escolhe uma das 6 casas que controla. (...) Se a última semente também fês um total de 2 ou 3 numa casa do adversário, as sementes também são capturadas, e assim de seguida. No entanto, se um movimento permite de capturar todas as sementes do adversário, a captura é anulada (...). Este interdito é ligado a uma ideia mais geral, os jogadores devem sempre permitir ao adversário de continuar a jogar."

* "Aceder ás actividades de descoberta."

* "Pega as imagens na esquerda e mete-las nos pontos vermelhos."

* "Carrega e puxa os elementos para organizar a historia."

(nota: "historia" é repetidamente escrito sem acento)
* "Saber contar básicamente."

* "Move os elementos da esquerda para o bom sitio na tabela de entrada dupla."

* "Puxa e Larga as peças no bom sitio."

(nota: "sitio" nunca é escrito com acento)
* "Com o teclado, escreve o número de pontos que vês nos dados que caêm."

* "Primeiro, organiza bem os elementos para poder contar-los (...)."

* "Carrega no chapéu para o abrires ou fechares. Debaixo do chapéu, quantas estrelas consegues ver a moverem? Conta attentamente. Carrega na zona em baixo à direita para meter a tua resposta."

* "Treina a subtracção com um jogo giro. Saber mover o rato, ler números e subtrair-los até 10 para o primeiro nível."

* "Quando acabas-te, carrega no botão OK ou na tecla Entrada."

* "Conta quantos elementos estão debaixo do chapéu mágico depois que alguns tenham saído."

* "Olha para o mágico, ele indica quantas estrelas estão debaixo do seu chapéu mágico. Depois, carrega no chapéu para o abrir. Algumas estrelas fogem. Carrega outra vês no chapéu para o fechares. Deves contar quantas ainda estão debaixo do chapéu."

* "Lê as instruções que te dão a zona em que está o número a adivinhar. Escreve o número na caixa azul em cima. Tux diz-te se o número é maior ou mais pequeno. Escreve então outro número. A distância entre o Tux e a saída à direita representa quanto longe estás do bom número. Se o Tux estiver acima ou abaixo da saída, quer dizer que o teu número é superior ou inferior ao bom número."

* "Tens a certeza que queres saír?"

* "Aprende a escrever texto num processador. Este processador é especial em que obriga o uso de estilos (...)"

* "Neste processador podes escrever o texto que quiseres, gravar-lo e continuar-lo mais tarde. Podes estilizar o teu texto utilizando os botões à esquerda. Os quatro primeiros permitem a escolha do estilo da linha em que está o cursor. Os 2 outros com múltiplas escolhas permitem de escolher tipos de documentos e temas coloridos pré-definidos."

* "Envia a bola nas redes"

* "É preciso saber manipular e carregar nos botões do rato fácilmente."

* "O objectivo é só de descobrir como se podem criar desenhos bonitos com formas básicas (...)."

* "O objectivo é de fabricar um forma dada com sete peças."

* "Quando o tangram for dito frequentemente ser antigo, sua existência foi somente verificada em 1800."

(nota: explicação do tangram, um quebra-cabeças tradicional chinês)
* "Mexe as peças puxando-las. Carrega o botão direito nelas para as virar. Selecciona uma peça e roda à volta dela para a rodar. Quando a peça pedida estiver feita, o computador vai reconhecer-la (...)."

* "Reproduz na zona vazia a mesma torre que a que está na direita."

* "Reproduzir a torre na direita no espaço vazio na esquerda."

* "Puxa e Larga uma peça por vês, de uma pilha a outra, para reproduzir a torre na direita no espaço vazio na esquerda."

* "Move a pilha inteira para o bico direito, um disco de cada vês."(nota: as quatro últimas frases são as instruções dos jogos "Torres de Hanoi" e Torres de Hanoi simplificadas" - "Hanoi" sem acento no "o")

* "Torno dos brancos"

(nota: a vez de jogar das peças brancas num jogo de xadrez)

* "Joga o joga de estratégia Oware contra o Tux."


Para este jogo é preciso ter cérebro
As instruções de cada jogo no ambiente de trabalho Linux do "Magalhães" estão organizadas em três tipos de informação: "objectivo" (o propósito daquele jogo), "manual" (a forma de jogar - por exemplo, quais as teclas e como fazer cada acção) e "necessário" (os requisitos para poder jogar).

Clicando em "necessário" encontramos indicações tão diversas como "bom controlo do rato", "utilização do teclado", "ler as horas" ou "saber contar". Mas nas instruções do "Jogo de Bolas" ficamos a saber que, para essa actividade, é "necessário: cérebro".

F.S.C.

Estão a assassinar o português... I

Magalhães tem tantos erros que "è" difícil "contar-los" - Filipe Santos Costa

O Ministério da Educação incluiu no computador Magalhães jogos educativos cujas instruções em português são um festival de erros. Ortografia, sintaxe, gramática - nada resiste ao 'magalhanês'.

Lê-se e não se acredita. "Neste processador podes escrever o texto que quiseres, gravar-lo e continuar-lo mais tarde", lê-se nas instruções do processador de texto - isso mesmo: "gravar-lo e continuar-lo". "Dirije o guindaste e copía o modelo", explicam as instruções de um puzzle - "dirije" com "j" e "copía" com acento no "i". "Quando acabas-te, carrega no botão OK" - "acabas-te", em vez de "acabaste". Tudo isto se pode ler nas instruções dos jogos que vêm instalados de origem no computador "Magalhães", o orgulho do Governo de Sócrates.

Se tem em casa um "Magalhães", confirme: ao iniciar o computador, escolha o ambiente de trabalho Linux (Caixa Mágica 12 Mag). No menu, vá aos jogos - por ironia, estão no ícone "Aprender". Em cada jogo, leia as instruções (o ícone é um ponto de interrogação). Foi isso que fez esta semana o deputado José Paulo Carvalho - o que descobriu deixou-o perplexo.

Os erros são às dezenas (o Expresso encontrou mais de 80, e a certa altura deixámos de contabilizar erros repetidos) e para todos os gostos. Há gralhas evidentes ("attentamente") e erros imperdoáveis. "Encontra-las" e "encontras-te", em vez de "encontra-as" e "encontraste"; "contar-los" em vez de "contá-los"; "caêm" em vez de "caem"; "contéem" em vez de "contêm"; ou ainda a incrível conjugação do verbo fazer - "fês" em vez de "fez". Num jogo somos instruídos a mover "um disco de cada vês", noutro devemos "carregar outra vês no chapéu" (no "Magalhães", "vez" tem relação com o verbo ver). No xadrez, a vez das peças brancas é o "torno dos brancos".

Ao pé destes casos, é quase pecado venial o desprezo por vírgulas e acentos. Há acentos que faltam ("historia", "sitio", "agua"...), outros estão onde não deviam (sobretudo nos advérbios de modo: "básicamente", "fácilmente"), há acentos graves onde deviam ser agudos ("á direita", "ás actividades").

Numa língua aparentada com o português, encontramos frases como esta: "O objectivo do quebra-cabeças é de entrar cifres entre 1 e 9 em cada quadrado da grelha" (nas instruções do sudoku). Ou esta, na explicação do tangram, um quebra-cabeças chinês: "Quando o tangram for dito frequentemente ser antigo, sua existência foi somente verificada em 1800". E ainda esta pérola: "Carrega em qualquer elemento que tem uma zona livre ao lado dele, ele vai ir para ela."

"Magalhanês"
Este português macarrónico está nos computadores pessoais que já foram entregues a mais de 200 mil crianças do primeiro ciclo (ainda estão 150 mil à espera) e até foram oferecidos por Sócrates aos chefes de Estado e de Governo dos 22 países presentes na última cimeira ibero-americana. A 23 de Setembro, ao entregar os primeiros "Magalhães", Sócrates não escondia o orgulho: "O dever de um Governo é proporcionar uma boa educação. Foi por isso que avançámos com este projecto".

O deputado José Paulo Carvalho denuncia estes "erros grosseiros de ortografia, gramática e sintaxe" num requerimento que entregou ontem na Assembleia da República. No documento, a que o Expresso teve acesso, o ex-parlamentar do CDS (actualmente deputado não inscrito) questiona Maria de Lurdes Rodrigues sobre o que chama o "novo idioma oficioso do Ministério da Educação (ME): o 'magalhanês'".

José Paulo Carvalho deixa muitas questões ao ME. Vão ser substituídos os programas informáticos instalados nos computadores já entregues às crianças? Quando? Como? Quem suportará os custos dessa operação? O Ministério considera que esta situação é da sua responsabilidade? Se não, quem é responsável? "O Ministério da Educação efectuou alguma avaliação dos conteúdos do 'Magalhães', ou limitou-se a distribuí-lo e promovê-lo sem mais? Se fez essa avaliação aos conteúdos, como é possível que erros tão grosseiros e repetidos não tenham sido detectados?" E pede uma auto-avaliação ao ME: de 0 a 20, que nota daria a estes textos?



Especialistas arrasam Ministério da Educação
Os linguistas acham inconcebível o sucedido e denunciam a precipitação e negligência com que o Ministério vem trabalhando

A Sociedade de Língua Portuguesa diz que os erros no Magalhães são "o espelho da desorganização e negligência de um órgão com grandes responsabilidades na educação dos jovens". Ao Expresso, a presidente da direcção, Elsa Rodrigues dos Santos, afirmou que "o tratamento destes textos foi feito por quem não conhece minimamente a língua portuguesa. Incumbia ao Ministério da Educação a tarefa de rever e dar a redacção correcta. Não o fez, colocando-se numa posição inadmissível".

Os comentários dos especialistas às dezenas de erros detectados no computador que é a menina dos olhos do Governo são unânimes. Todos denunciam insuficiências inadmissíveis no domínio da língua portuguesa em sede do próprio Ministério da Educação, tutelado por Maria de Lurdes Rodrigues.

José Mário Costa, director do Ciberdúvidas e autor do programa da RTP 'Cuidado com a Língua!', lamenta que tal possa ter acontecido, mas não estranha: "Só expõe o défice de português que existe nos meios da tradução. Frequentemente, são pessoas que dominam línguas estrangeiras mas têm uma relação espúria com o idioma nacional". E lembra que isso se verifica nas "traduções calamitosas que infestam os produtos audiovisuais, quer nas legendagens para cinema quer nas televisões".

Os erros do Magalhães são tantos que assustam: os pretéritos perfeitos (encontraste) passam a presentes do indicativo em conjugação reflexa (encontras-te), os advérbios de modo aparecem na ultrapassada forma com acento: 'obrigatóriamente'. Mais exemplos podem ser cotejados nesta página no artigo de cima.

Ana Martins, professora de Português e da direcção do Ciberdúvidas, detecta a tradução automática do castelhano, "à qual não se seguiu qualquer tipo de revisão, ou simples leitura por um falante de português, mesmo sem ser especialista, (...) provoca perturbação da aquisição da ortografia e sintaxe, mas também efeitos no agravamento da negligência e condescendência vigentes face à competência ortográfica".

António Loja Neves



Governo manda escolas retirar jogos
Ministério da Educação vai pedir a todas as escolas que retirem dos Magalhães dos alunos o software que contém dezenas de erros ortográficos. E vai ser solicitado à JP Sá Couto, empresa fabricante, que na próxima produção de portáteis não inclua estes jogos, informou ontem Teresa Evaristo, subdirectora da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC), depois de confrontada com os erros.

É à DGIDC, tutelada pelo Ministério da Educação, que compete analisar o software inserido no Magalhães. O que acontece, explica Teresa Evaristo, é que não há capacidade para verificar todos os conteúdos: "Nós analisamos o interesse educativo, se são adequados à idade, programa e currículo. Tivemos a preocupação de ver os menus iniciais deste programa, mas não vimos as instruções (onde estão os erros)".

"Houve coisas que escaparam ao nosso controlo de qualidade, porque, ao contrário da Microsoft, não somos 10 mil, mas apenas dez a trabalhar na Caixa Mágica", justifica, por sua vez, Paulo Trezentos, director técnico desta empresa, encarregado da adaptação para Portugal do sistema operativo Linux em 2000 e actualmente responsável pela integração no Magalhães do software produzido por outros. "Todo o software tem erros. O que decidimos fazer foi melhorar as aplicações disponíveis, nomeadamente através de actualizações que ocorrem sempre que o Magalhães se liga à Internet". É o que vai acontecer também neste caso.

José Sócrates tem-se associado desde o início ao projecto Magalhães, mas, quando confrontado pelo Expresso com os erros de português, o seu gabinete descartou responsabilidades: "O Magalhães é um programa de sucesso fantástico, ganha prémios e é um caso exemplar em termos mundiais, por isso o primeiro-ministro se associou a ele. Agora, questões concretas sobre conteúdos e eventuais deficiências, isso é com o Ministério da Educação e o das Obras Públicas", disse Luís Bernardo, do gabinete de imprensa. Educação e Obras Públicas são os dois ministérios que coordenam o projecto e-escolinhas.

Tradutor tem a quarta classe

O tradutor da versão portuguesa do software tem quase as mesmas habilitações que as crianças que utilizam o Magalhães: José Jorge tem a 4ª classe e vive em França desde os 10 anos. "O problema da tradução é que nenhum português de Portugal se dedicou a ela", lamenta o emigrante. José Jorge diz que "ninguém até hoje" reviu a versão que ele criou. O software educativo da GCompris está disponível na net e pode ser actualizado por qualquer cibernauta.

Isabel Leiria, Joana Pereira Bastos e F.S.C.

Texto publicado na edição do Expresso de 7 de Março de 2009

terça-feira, 10 de março de 2009

Portas acusa directora regional de Educação do Norte de não saber escrever

O líder do CDS/PP acusou, este sábado, a directora regional de Educação do Norte de não saber escrever, tendo em conta um e-mail que ela enviou, acrescentando que é mais um caso a juntar-se aos erros de português do Magalhães.
«Ainda bem que foram denunciados [os erros de português do Magalhães] e só podem ser rapidamente corrigidos mas já se vai tornando prática habitual, eu chamo a vossa atenção para um e-mail da senhora directora regional da Educação (Margarida Moreira), de 17 Fevereiro, recomendo-vos a leitura e digam-me se tem alguma coisa a ver com a língua de Luís de Camões», afirmou hoje Paulo Portas.
«Quando uma directora regional que tem a obrigação de se relacionar com milhares de escolas, que tem a tutela de dezenas de milhares de professores não sabe escrever português, como se pode pedir depois aos jovens que saibam escrever, ler e entender correctamente a língua de Camões», perguntou o líder do CDS/PP.
Paulo Portas referia-se a um e-mail enviado pela directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, à presidente do conselho executivo agrupamento de escolas Território Educativo de Coura.
No e-mail a que a Lusa teve acesso lê-se: «Sendo certo que muitos docentes não se aceitam o uso dos alunos nesta atitude inaceitável, acompanharemos de muito perto a defesa do bom nome da escola, dos professores, dos alunos e de toda uma população que muito tem orgulhado o nosso país pela valorização que à escola tem dado».

segunda-feira, 2 de março de 2009

Quem é, afinal, o cabeça de lista do PS às eleições europeias?

Eis uma notícia já antiga, mas com extrema actualidade...

O “PROFESSOR-FANTASMA”
Vital Moreira, Professor Associado da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, constitucionalista e (ao que se diz…) conselheiro “espiritual” de Sócrates, sempre tão rigoroso na defesa da exigência universitária e da austeridade para com os funcionários públicos, desde 2004 que apenas se apresentou em seis reuniões do Conselho Científico daquela faculdade, faltando injustificadamente a mais de trinta dessas reuniões. Nos anos de 2006 e 2007 primou pela ausência, ao contrário do que a lei e o regulamento da Faculdade determinam. Estranhamente, as faltas não o impediam de escrever no seu blog “Causa Nossa” na maioria dos dias em que se “furtou” ao trabalho, quase sempre para defender mais rigor e sacrifícios à classe “operária”.Mas além disso, conforme se poderá constatar através do livro de ponto de presenças dos alunos do Curso de Administração Pública da Faculdade de Direito de Coimbra, Vital Moreira também faltou às aulas da disciplina de Direito Público da Economia (3º ano), da qual foi o encarregado no ano lectivo de 2006/2007 – e na qual não apresentou um sumário que fosse.Ao que “O CRIME” apurou, Vital faltou injustificadamente a, pelo menos, trinta aulas durante o ano lectivo de 2006/2007, o que significa que os alunos da disciplina não tiveram a maior parte das lições previstas.Não há conhecimento de, até agora, lhe ter sido instaurado qualquer procedimento disciplinar por faltas injustificadas, apesar do prejuízo dos alunos, que não sendo devidamente ensinados, eram avaliados como se o fossem. Ao contrário do seu colega João Álvaro Dias, que acaba de ser objecto de um processo de demissão pelo mesmo motivo, Vital tem beneficiado da absoluta tolerância da faculdade. Dois pesos e duas medidas?É caso para perguntar se a “Causa Nossa” é a causa do absentismo?…
In “O Crime”, 18 de Outubro de 2007, contracapa.