sábado, 25 de outubro de 2008

Professores apelam a uma só manifestação nacional

Hoje, o Público Online dá conta de um apelo de vários bloggers, para que sindicatos e movimentos se entendam e haja uma única manifestação.

Seria algo de inédito e, na opinião de muitos, contraproducente. Com duas manifestações nacionais de professores convocadas para dia 8 de Novembro (pelos sindicatos) e 15 do mesmo mês (dinamizada por movimentos de docentes), ambas em Lisboa, três docentes lançaram um apelo às duas partes para se entenderem e acertarem um único protesto.

“A instabilidade que se vive nas escolas, por conta das políticas deste Ministério da Educação, e a desfiguração da escola pública, exigem, mais do que nunca, um movimento de professores forte e unido”, começa por explicar-se no documento, publicado em vários blogues e que circula por e-mail.

Por isso, apela-se aos sindicatos para “criarem condições de abertura à activa participação dos movimentos, reconhecendo as suas reivindicações e prevendo o seu direito à palavra na manifestação de 8 de Novembro”. Ao mesmo tempo, os três professores subscritores do apelo – Paulo Guinote (do blogue "A Educação do Meu Umbigo"), João Madeira (do Movimento Escola Pública) e Constantitno Piçarra (do Agrupamento e Escolas de Ourique) – pedem aos movimentos que desconvoquem a manifestação de dia 15 e participem na de 8 de Novembro.

O apelo tenta ainda conciliar as posições que têm vindo a ser assumidas por sindicatos e movimentos que surgiram no último ano, lembrando que ambos são “fundamentais” para “combater as políticas burocráticas e arrogantes do governo”.

AULAS DE SUBSTITUIÇÃO?

A Ministra da Educação entra na clínica onde tinha marcado uma consulta de cardiologia.
Após cerca de uma hora de espera é chamada ao consultório, dizendo-lhe o médico de imediato:
- Por favor dispa-se e abra as pernas .
Espantada, a Ministra da Educação responde:
- Mas, Sr. Dr. ... eu marquei uma consulta de cardiologia.
E o médico esclarece-a de imediato:
- Eu sei, minha senhora, mas eu sou o médico de substituição e sou ginecologista.

Listas de graduação em perigo!!!

Será que estamos todos a fazer figuração num filme de Carpenter sem sabermos??? Ou no 'OVO DA SERPENTE' do Polanski????
É que os guiões do ME estão cada vez melhores e, mesmo esperando o pior, conseguem sempre surpreender-nos: ele é os horários feitos ao sabor dos CE, conforme as cores políticas e a maior ou menor vontade de estar nas graças da tutela; ele é a avaliação de docentes, burocrático e em muitos agrupamentos feridos de profundas ilegalidades; ele é as artimanhas da publicação dos nomes dos avaliadores; ele é a aplicação informática para registo total da avaliação dos 'escravos'; ele é a formação contínua de qualidade um pouco duvidosa e com horários para gente sem família e casa própria; ele é o novo modelo de gestão e agora o projecto(?) de legislação para o próximo concurso!

Perante isto ficamos sentados à espera que nos caia o tecto (aqui já não é um pedaço do céu) na catulinha??? De que estamos à espera para agir? E os SINDICATOS?

Colegas, o Ministério de Educação prepara-se para outro grande golpe, não bastava já o novo estatuto da carreira docente, como agora também pretender adulterar a graduação profissional dos professores através da introdução de uma nova variável na graduação, ou seja a nossa avaliação de desempenho passará a entrar na dita graduação.

Vejamos, um professor que tenha Excelente vai ter mais 3 valores na graduação, um que tenha Muito Bom terá mais 2 valores e os restantes: Bom, Regular e Insuficiente não terão qualquer bonificação. Inacreditável! Tanto faz ter tido Bom como Insuficiente como regular levam todos zero.
Esta medida deve ser para salvar alguns familiares de 2º ou 3º grau de alguns ministros, talvez até alguns filhos fora do casamento, porque filhos legitimos não dá para acreditar, esses têm todos lugar em altos cargos públicos a ganhar balúrdios.

Como é que é possível que os professores que não foram avaliados sejam penalizados por tal lei? Um professor tem culpa de ter partido uma perna e ter ficado doente e não ter sido avaliado? Ou esteja destacado noutras funções ligadas ao ensino? Uma professora tem culpa de ter tido uma gravidez de risco e ter estado todo o ano em casa?

Não foram só os professores contratados que foram avaliados, sugiram casos de professores dos quadros que tiveram que ser avaliados porque estavam prestes a mudar de escalão, estes professores caso tenham tido Muito Bom ou Excelente ficam em vantagem em relação aos professores que não necessitaram de ser avaliados, caso tenham tido Muito Bom ou Excelente ficarão com mais 2 ou 3 valores na graduação, isto é mesmo uma autêntica vigarice.

Há casos de colegas que ameaçaram os Conselhos Executivos para obter Muito Bom ou Excelente e conseguiram, e até há um caso de alguém que se dirigiu ao Conselho Executivo a chorar alegando ter estado doente e não ter conseguido dar o máximo de si próprio, portanto não poderia ter menos de Muito Bom porque não podia ser penalizado pela sua doença, que quanto a mim era preguiça.

Peço que reenviem este mail a todos os vosso contactos, esta grande golpada tem que ser denunciada.

Para terem acesso ao projecto de alteração dos concursos cliquem no link abaixo indicado e leiam com atenção o artigo 14:

http://www.spgl.pt/cache/bin/XPQ3jTwXX4461eV28FetSMaZKU.pdf

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A avaliação dos docentes aplicada aos médicos

"Já que muitos jornalistas e comentadores defendem e compreendem o modelo proposto para a avaliação dos docentes, estranho que, por analogia, não o apliquem a outras profissões (médicos, enfermeiros, juízes, etc.).
Se é suposto compreenderem o que está em causa e as virtualidades deste modelo, vamos imaginar a sua aplicação a uma outra profissão, os médicos.
A carreira seria dividida em duas: Médico titular (a que apenas um terço dos profissionais poderia aspirar) e Médico.
A avaliação seria feita pelos pares e pelo director de serviços. Assim, o médico titular teria de assistir a três sessões de consultas, por ano, dos seus subordinados, verificar o diagnóstico, tratamento e prescrição de todos os pacientes observados. Avaliaria também um portefólio com o registo de todos os doentes a cargo do médico a avaliar, com todos os planos de acção, tratamentos e respectiva análise relativa aos pacientes.
O médico teria de estabelecer, anualmente os seus objectivos: doentes a tratar, a curar, etc. A morte de qualquer paciente, ainda que por razões alheias à acção médica, seria penalizadora para o clínico, bem como todos os casos de insucesso na cura, ainda que grande parte dos doentes sofresse de doença incurável, ou terminal. Seriam avaliados da mesma forma todos os clínicos, quer a sua especialidade fosse oncologia, nefrologia ou cirurgia estética...Poder-se-ia estabelecer a analogia completa, mas penso que os nossos 'especialistas' na área da educação não terão dificuldade em levar o exercício até ao fim.
A questão é saber se consideram aceitável o modelo? Caso a resposta seja afirmativa, então porque não aplicar o mesmo, tão virtuoso, a todas as profissões? Será???!!!
Já agora...Poderiam começar a 'experiência' pela Assembleia da República e pelos (des)governantes..."


Publicado in http://ramiromarques.blogspot.com/2008/03/imaginem-este-modelo-de-avaliao-de.html

Uma nova onda percorre o País

O movimento de escolas e agrupamentos que, nos últimos dias, aprovaram moções ou fizeram circular um abaixo-assinado a exigirem a suspensão do processo continua a aumentar.

Passem a palavra, quanto mais escolas aderirem a este protesto, mais hipoteses temos de vencer esta etapa e rever esta espécie de processo.

  • Agrupamento de escolas Clara de Resende, no Porto
  • Agrupamento de Escolas D.Carlos I, em Sintra
  • Agrupamento de escolas de Aradas, em Aveiro
  • Agrupamento de escolas de Armação de Pêra
  • Agrupamento de Escolas de Maceira
  • Agrupamento de escolas de Ourique
  • Agrupamento de escolas de Ovar
  • Agrupamento de escolas de Vila Nova de Poiares
  • Agrupamento de escolas de Vouzela
  • Agrupamento de escolas do Forte da Casa
  • Agrupamento de escolas José Maria Dos Santos, Pinhal Novo
  • Agrupamento Vertical de Escolas de Azeitão
  • Escola Alice Gouveia de Coimbra (Casa Branca )
  • Escola de Arraiolos
  • Escola EB 2/3 Dr. Rui Grácio, de Montelavar
  • Escola Eugénio de Castro, em Coimbra
  • Escola Secundária com 3º CEB Augusto Castro Gomes, de Matosinhos
  • Escola Secundária com 3º CEB, de Barcelinhos
  • Escola Secundária com 3º Ciclo de Manuel da Fonseca, de Santiago do Cacém
  • Escola Secundária D. João II, em Setúbal
  • Escola Secundária da Amadora
  • Escola Secundária de Amora
  • Escola Secundária de Camões, em Lisboa
  • Escola Secundária de Montemor-o-Novo
  • Escola Secundária do Monte de Caparica
  • Escola Secundária Dr. Jaime Magalhães Lima em Esgueira, Aveiro
  • Escola Secundária Dr. Júlio Martins, em Chaves
  • Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco, em Vila Real
  • Escola Secundária/3 Rainha Santa Isabel, de Estremoz

Quando é que podemos acrescentar o nome da tua escola a esta lista?

Acudam à praça, que matam os mestres!


15 DE NOVEMBRO: Os 100 000 e os seus amigos voltam a Lisboa para defender a dignidade de aprender em Portugal. (...) Traz o teu Sindicato contigo!

Copia para o teu telemóvel, e envia a 10 dos teus melhores amigos/colegas.

Pessoalmente considero que o agendamento de uma manifestação para o dia 8 pelos sindicatos é uma afronta ao movimento dos professores, uma forma infeliz de torpedear a manifestação de 15 de Novembro, de ir à boleia da manif de 15/11, de ganhar protagonismo antecipando o sentimento de revolta que leva os professores a quererem exteriorizá-lo. Seja qual for o motivo, a desculpa que os sindicatos dão não deixa de ser esfarrapada: dia 15 já é demasiado tarde... Tarde para quê?... Demasiado tarde reagiram os sindicatos.
Mas enfim, se os sindicatos não cederem, o ideal seria irem às 2 manifestações, mas, se não puderem e tiverem que optar apenas por uma, não deixem de ir à do dia 15 de Novembro.

Local de concentração: Marquês de Pombal, Lisboa.
Dia e Hora: 15 de Novembro, às 14 horas.
Segue-se desfile pela Rua Braancamp, Largo do Rato, Rua de S. Bento, terminando a manifestação em frente da Assembleia da República.


UMA ESCOLA, UM AUTOCARRO!

É este o lema. Organizem-se, contactem empresas rodoviárias, peçam orçamentos e façam circular listas para inscrição.
Para quem não conseguir encontrar autocarro deixamos aqui algumas sugestões alternativas com dicas muito úteis para quem se quiser deslocar para e dentro de Lisboa:

  1. - Tenta adquirir bilhete de comboio com antecedência (ida e volta - esta, para uma hora mais tardia - lembrem-se da hora a que tudo acabou no dia 8 de Março!)
  2. - O mesmo procedimento para quem quiser recorrer às carreiras expresso da Rodoviária.
  3. - Junta-te com outros colegas e vão de automóvel. Vão cedo e deixem-no junto a uma das estações de metro, por exemplo, junto à cidade universitária, na Luz, no Parque das Nações (útil para se regressar depressa, tanto para Sul, como para Norte, evitando as filas que se prevêem)

Ao abrigo do artigo 37º da Constituição da República Portuguesa (Liberdade de expressão e informação)

Sr. Engº José Sócrates,


Antes de mais, peço desculpa por não o tratar por Excelência nem por Primeiro-Ministro, mas, para ser franca, tenho muitas dúvidas quanto ao facto de o senhor ser excelente e, de resto, o cargo de primeiro-ministro parece-me, neste momento, muito pouco dignificado.


Também queria avisá-lo de antemão que esta carta vai ser longa, mas penso que não haverá problema para si, já que você é do tempo em que o ensino do Português exigia grandes e profundas leituras. Ainda pensei em escrever tudo por tópicos e com abreviaturas, mas julgo que lhe faz bem recordar o prazer de ler um texto bem escrito, com princípio, meio e fim, e que, quiçá, o faça reflectir (passe a falta de modéstia).


Gostaria de começar por lhe falar do 'Magalhães'. Não sobre os erros ortográficos, porque a respeito disso já o seu assessor deve ter recebido um e-mail meu. Queria falar-lhe da gratuitidade, da inconsequência, da precipitação e da leviandade com que o senhor engenheiro anunciou e pôs em prática o projecto a que chama de
e-escolinha.


O senhor fala em Plano Tecnológico e, de facto, eu tenho visto a tecnologia, mas ainda não vi plano nenhum. Senão, vejamos a cronologia dos factos associados ao projecto 'Magalhães':

. No princípio do mês de Agosto, o senhor engenheiro apareceu na televisão a anunciar o projecto e-escolinhas e a sua ferramenta: o portátil Magalhães.

. No dia 18 de Setembro (quinta-feira) ao fim do dia, o meu filho traz na mochila um papel dirigido aos encarregados de educação, com apenas quatro linhas de texto informando que o 'Magalhães' é um projecto do Governo e que, dependendo do escalão de IRS, o seu custo pode variar entre os zero e os 50 euros. Mais nada! Seguia-se um formulário com espaço para dados como nome do aluno, nome do encarregado de educação, escola, concelho, etc. e, por fim, a oportunidade de assinalar, com
uma cruzinha, se pretendemos ou não adquirir o 'Magalhães'.

. No dia 22 de Setembro (segunda-feira), ao fim do dia, o meu filho traz um novo papel, desta vez uma extensa carta a anunciar a visita, no dia seguinte, do primeiro-ministro para entregar os primeiros 'Magalhães' na EB1 Padre Manuel de Castro. Novamente uma explicação respeitante aos escalões do IRS e ao custo dos portáteis.

. No dia 23 de Setembro (terça-feira), o meu filho não traz mais papéis, traz um 'Magalhães' debaixo do braço.


Ora, como é fácil de ver, tudo aconteceu num espaço de três dias úteis em que as famílias não tiveram oportunidade de obter esclarecimentos sobre a futura utilização e utilidade do 'Magalhães'. Às perguntas que colocámos à professora sobre o assunto, ela não soube responder.Reunião de esclarecimento, nunca houve nenhuma.

Portanto, explique-me, senhor engenheiro: o que é que o seu Governo pensou para o 'Magalhães'? Que planos tem para o integrar nas aulas? Como vai articular o seu uso com as matérias leccionadas? Sabe, é que 50 euros talvez seja pouco para se gastar numa ferramenta de trabalho, mas, decididamente, e na minha opinião, é demasiado para se gastar num brinquedo. Por favor, senhor engenheiro, não me obrigue a concluir que acabei de pagar por uma inutilidade, um capricho seu, uma manobra de
campanha eleitoral, um espectáculo de fogo de artifício do qual só sobra fumo e o fedor intoxicante da pólvora.

Seja honesto com os portugueses e admita que não tem plano nenhum. Admita que fez tudo tão à pressa que nem teve tempo de esclarecer as escolas e os professores. E não venha agora dizer-me que cabe aos pais aproveitarem esta maravilhosa oportunidade que o Governo lhes deu e ensinarem os filhos a lidar com as novas tecnologias. O seu projecto chama-se e-escolinha, não se chama e-familiazinha! Faça-lhe jus! Ponha a sua equipa a trabalhar, mexa-se, credibilize as suas iniciativas!

Uma coisa curiosa, senhor engenheiro, é que tudo parece conspirar a seu favor nesta sua lamentável obra de empobrecimento do ensino assente em medidas gratuitas.
Há dias arrisquei-me a ver um episódio completo da série Morangos com Açúcar. Por coincidência, apanhei precisamente o primeiro episódio da nova série que significa, na ficção, o primeiro dia de aulas daquela miudagem. Ora, nesse primeiro dia de aulas, os alunos conheceram a sua professora de matemática e o seu professor de português. As imagens sucediam-se alternando a aula de apresentação de matemática por
contraposição à de português. Enquanto a professora de matemática escrevia do quadro os pressupostos da sua metodologia - disciplina, rigor e trabalho - o professor de português escrevia no quadro os pressupostos da sua - emoção, entrega e trabalho. Ora, o que me faz espécie, senhor engenheiro, é que a personagem da professora de matemática é maldosa, agressiva e antiquada, enquanto que o professor de português é um tipo moderno e bué de fixe. Então, de acordo com os princípios do raciocínio lógico, se a professora de matemática é maldosa e agressiva e os seus pressupostos são disciplina e rigor, então a disciplina e o rigor são coisas negativas. Por outro lado, se o professor de português é bué de fixe, então os pressupostos da emoção e da entrega são perfeitos. E de facto era o que se via. Enquanto que na aula de matemática os alunos bufavam, entediados, na aula de português sorriam, entusiasmados.

Disciplina e rigor aparecem, assim, como conceitos inconciliáveis com emoção e entrega, e isto é a maior barbaridade que eu já vi na minha vida. Digo-o eu, senhor engenheiro, que tenho uma profissão que vive das emoções, mas onde o rigor é 'obstinado', como dizem os poetas. Eu já percebi que o ensino dos dias de hoje não sabe conciliar estes dois lados do trabalho. E, não o sabendo, optou por deixar de lado a disciplina e o rigor. Os professores são obrigados a acreditar que para se fazer um texto criativo não se pode estar preocupado com os erros ortográficos. E que para se saber fazer uma operação aritmética não se pode estar preocupado com a exactidão do seu resultado. Era o que faltava, senhor engenheiro!

Agora é o momento em que o senhor engenheiro diz de si para si: mas esta mulher é um Velho do Restelo, que não percebe que os tempos mudaram e que o ensino tem que se adaptar a essas mudanças? Percebo, senhor engenheiro. Então não percebo? Mas acontece que o que o senhor engenheiro está a fazer não é adaptar o ensino às mudanças, você está a esvaziá-lo de sentido e de propósitos. Adaptar o ensino seria afinar as metodologias por forma a torná-las mais cativantes aos olhos de uma geração inquieta e voltada para o imediato. Mas nunca diminuir, nunca desvalorizar, nunca reduzir ao básico, nunca baixar a bitola até ao nível da mediocridade.

Mas, por falar em Velho do Restelo...

... Li, há dias, numa entrevista com uma professora de Literatura Portuguesa, que o episódio do Velho do Restelo foi excluído do estudo d'Os Lusíadas. Curioso, porque este era o episódio que punha tudo em causa, que questionava, que analisava por outra perspectiva, que é algo que as crianças e adolescentes de hoje em dia estão pouco habituados a fazer. Sabem contrariar, é certo, mas não sabem questionar. São coisas bem diferentes: contrariar tem o seu quê de gratuito; questionar tem tudo de filosófico. Para contrariar, basta bater o pé. Para questionar, é preciso pensar.

Tenho pena, porque no meu tempo (que não é um tempo assim tão distante), o episódio do Velho do Restelo, juntamente com os de Inês de Castro e da Ilha dos Amores, era o que mais apaixonava e empolgava a turma. Eram três episódios marcantes, que quebravam a monotonia do discurso de engrandecimento da nação e que, por isso, tinham o mérito de conseguir que os alunos tivessem curiosidade em descodificar as
suas figuras de estilo e desbravar o hermetismo da linguagem. Ainda hoje me lembro exactamente da aula em que começámos a ler o episódio de Inês de castro e lembro-me das palavras da professora Lídia, espicaçando-nos, estimulando-nos, obrigando-nos a pensar. E foi há 20 anos.

Bem sei que vivemos numa era em que a imagem se sobrepõe à palavra, mas veja só alguns versos do episódio de Inês de Castro, veja que perfeita e inequívoca imagem eles compõem:

'Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano d'alma ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito (...)'

Feche os olhos, senhor engenheiro, vá lá, feche os olhos. Não consegue ver, perfeitamente desenhado e com uma nitidez absoluta, o rosto branco e delicado de Inês de Castro, os seus longos cabelos soltos pelas costas, o corpo adolescente, as mãos investidas num qualquer bordado, o pensamento distante, vagueando em delícias proibidas no leito do príncipe? Não vê os seus olhos que de vez em quando escapam
às linhas do bordado e vão demorar-se na janela, inquietos de saudade, à espera de ver D. Pedro surgir a galope na linha do horizonte? E agora, se se concentrar bem, não vê uma nuvem negra a pairar sobre ela, não vê o prenúncio do sangue a escorrer-lhe pelos fios de cabelo?
Não consegue ver tudo isto apenas nestes quatro versos?

Pois eu acho estes quatro versos belíssimos, de uma simplicidade arrebatadora, de uma clareza inesperada. É poesia, senhor engenheiro, é poesia! Da mais nobre, grandiosa e magnífica que temos na nossa História. Não ouse menosprezá-la. Não incite ninguém a desrespeitá-la.

Bem, admito que me perdi em divagações em torno da Inês de Castro. O que eu queria mesmo era tentar perceber porque carga de água o Velho do Restelo desapareceu assim. Será precisamente por estimular a diferença de opiniões, por duvidar, por condenar? Sabe, não tarda muito, o episódio da Ilha dos Amores será também excluído dos conteúdos programáticos por 'alegado teor pornográfico' e o de Inês de Castro igualmente, por 'incitamento ao adultério e ao desrespeito pela autoridade'.

Como é, senhor engenheiro? Voltamos ao tempo do 'lápix' azul?

E já agora, voltando à questão do rigor e da disciplina, da entrega e da emoção: o senhor engenheiro tem ideia de quanta entrega e de quanta emoção Luís de Camões depôs na sua obra? E, por outro lado, o senhor engenheiro duvida da disciplina e do rigor necessários à sua concretização? São centenas e centenas de páginas, em dezenas de capítulos e incontáveis estrofes com a mesma métrica, o mesmo tipo de
rima, cada palavra escolhida a dedo... o que implicou tudo isto senão uma carga infinita de disciplina e rigor?

Senhor engenheiro José Sócrates: vejo que acabo de confiar o meu filho ao sistema de ensino onde o senhor montou a sua barraca de circo e não me apetece nada vê-lo transformar-se num palhaço. Bem, também não quero ser injusta consigo. A verdade é que as coisas já começaram a descarrilar há alguns anos, mas também é verdade que você está a sobrealimentar o crime, com um tirinho aqui, uma facadinha ali, uma
desonestidade acolá.

Lembro-me bem da época em que fiz a minha recruta como jornalista e das muitas vezes em que fui cobrir cerimónias e eventos em que você participava. Na altura, o senhor engenheiro era Secretário de Estado do Ambiente e andava com a ministra Elisa Ferreira por esse Portugal fora, a inaugurar ETAR's e a selar aterros. Também o vi a plantar árvores, com as suas próprias mãos. E é por isso que me dói que agora,
mais de dez anos depois, você esteja a dar cabo das nossas sementes e a tornar estéreis os solos que deveriam ser férteis.

Sabe, é que eu tenho grandes sonhos para o meu filho. Não, não me refiro ao sonho de que ele seja doutor ou engenheiro. Falo do sonho de que ele respeite as ciências, tenha apreço pelas artes, almeje a sabedoria e valorize o trabalho. Porque é isso que eu espero da escola. O resto é comigo.

Acho graça agora a ouvir os professores dizerem sistematicamente aos pais que a família deve dar continuidade, em casa, ao trabalho que a escola faz com as crianças. Bem, se assim fosse eu teria que ensinar o meu filho a atirar com cadeiras à cabeça dos outros e a escrever as redacções em linguagem de sms. Não. Para mim, é o contrário: a escola é que deve dar continuidade ao trabalho que eu faço com o meu filho.
Acho que se anda a sobrevalorizar o papel da escola. No meu tempo, a escola tinha apenas a função de ensinar e fazia-o com competência e rigor. Mas nos dias que correm, em que os pais não têm tempo nem disposição para educar os filhos, exige-se à escola que forme o seu carácter e ocupe todo o seu tempo livre. Só que infelizmente ela tem cumprido muito mal esse papel.

A escola do meu tempo foi uma boa escola. Hoje, toda a gente sabe que a minha geração é uma geração de empreendedores, de gente criativa e com capacidade iniciativa, que arrisca, que aposta, que ambiciona. E não é disso que o país precisa? Bem sei que apanhámos os bons ventos da adesão à União Europeia e dos fundos e apoios que daí advieram, mas isso por si só não bastaria, não acha? E é de facto curioso: tirando o Marco cigano, que abandonou a escola muito cedo, e a Fatinha que andava sempre com ranhoca no nariz e tinha que tomar conta de três
irmãos mais novos, todos os meus colegas da primária fizeram alguma coisa pela vida. Até a Paulinha, que era filha da empregada (no meu tempo dizia-se empregada e não auxiliar de acção educativa, mas, curiosamente, o respeito por elas era maior), apesar de se ter ficado pelo 9º ano, não descansou enquanto não abriu o seu próprio Pão Quente e a ele se dedicou com afinco e empenho. E, no entanto, levámos
reguadas por não sabermos de cor as principais culturas das ex-colónias e éramos sujeitos a humilhação pública por cada erro ortográfico. Traumatizados? Huuummm... não me parece. Na verdade, senhor engenheiro, tenho um respeito e uma paixão pela escola tais que, se tivesse tempo e dinheiro, passaria o resto da minha vida a
estudar.

Às vezes dá-me para imaginar as suas conversas com os seus filhos (nem sei bem se tem um ou dois filhos...) e pergunto-me se também é válido para eles o caos que o senhor engenheiro anda a instalar por aí. Parece que estou a ver o seu filho a dizer-lhe: ó pai, estou com dificuldade em resolver este sistema de três equações a três
incógnitas... dás-me uma ajuda? E depois, vejo-o a si a responder com a sua voz de homilia de domingo: não faz mal, filho... sabes escrever o teu nome completo, não sabes? Então não te preocupes, é perfeitamente suficiente...

Vendo as coisas assim, não lhe parece criminoso o que você anda a fazer?

E depois, custa-me que você apareça em praça pública acompanhado da sua Ministra da Educação, que anda sempre com aquele ar de infeliz, de quem comeu e não gostou, ambos com o discurso hipócrita do mérito dos professores e do sucesso dos alunos, apoiados em estatísticas cuja real interpretação, à luz das mudanças que você operou, nos apresenta uma monstruosa obscenidade. Ofende-me, sabe? Ofende-me por me tomar por estúpida.

Aliás, a sua Ministra da Educação é uma das figuras mais desconcertantes que eu já vi na minha vida. De cada vez que ela fala, tenho a sensação que está a orar na missa de sétimo dia do sistema de ensino e que o que os seus olhos verdadeiramente dizem aos pais deste Portugal é apenas 'os meus sentidos pêsames'.

Não me pesa a consciência por estar a escrever-lhe esta carta. Sabe, é que eu não votei em si para primeiro-ministro, portanto estou à vontade. Eu votei em branco. Mas, alto lá! Antes que você peça ao seu assessor para lhe fazer um discurso sobre o afastamento dos jovens da política, lembre-se, senhor engenheiro: o voto em branco não é o voto da indiferença, é o voto da insatisfação! Mas, porque vos é conveniente, o voto em branco é contabilizado, indiscriminadamente,com o voto nulo, que é aquele em que os alienados desenham macaquinhos e escrevem obscenidades.

Você, senhor engenheiro, está a arriscar-se demasiado. Portugal está prestes a marcar-lhe uma falta a vermelho no livro de ponto. Ah... espere lá... as faltas a vermelho acabaram... agora já não há castigos...

Bem, não me vou estender mais, até porque já estou cansada de repetir 'senhor engenheiro para cá', 'senhor engenheiro para lá'. É que o meu marido também é engenheiro e tenho receio de lhe ganhar cisma.

Esta carta não chegará até si. Vou partilhá-la apenas e só com os meus E-leitores (sim, sim, eu também tenho os meus eleitores) e talvez só por causa disso eu já consiga hoje dormir melhor. Quanto a si, tenho dúvidas.

Para terminar, tenho um enorme prazer em dedicar-lhe, aqui, uma estrofe do episódio do Velho do Restelo. Para que não caia no esquecimento. Nem no seu, nem no nosso.

'A que novos desastres determinas
De levar estes Reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas,
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos e de minas
De ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias? '

Atenciosamente e ao abrigo do artigo nº 37 da Constituição da República Portuguesa,

Uma mãe preocupada

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Petróleo a 64 dólares em Londres!!!!

Petróleo caiu hoje (22 de Outubro) fortemente e está já nos 64 dólares em Londres!
«Ouro negro» negoceia no nível mais baixo dos últimos 16 meses. Só nas gasolineiras é que não se vê nada disto, como é costume, apesar dos 3 cêntimos de redução, para inglês ver (sim porque os Portugueses já estão todos com os olhos cheios de areia)... Vergonha das vergonhas.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Resistência interna contra a avaliação burocrática alastra por todo o país

Resistência interna contra a avaliação burocrática alastra por todo o país

O movimento de resistência interna à avaliação burocrática de desempenho não pára de alastrar. Sem querer ser exaustivo, deixo aqui uma lista de escolas e agrupamentos que, nos últimos dias, aprovaram moções ou fizeram circular um abaixo-assinado a exigirem a suspensão do processo.
1. Agrupamento de escolas de Vouzela
2. Agrupamento de escolas de Ourique
3. Agrupamento de escolas Clara de Resende, no Porto
4. Agrupamento de escolas de Ovar
5. Agrupamento de escolas de Vila Nova de Poiares
6. Escola Secundária D. João II, em Setúbal
7. Agrupamento de escolas de Armação de Pêra
8. Escola Eugénio de Castro, em Coimbra

O direito à reunião e à aprovação de moções é um direito protegido pela Constituição. Nada há a temer. Os pedidos de suspensão do processo de avaliação estão a alastrar por todo o lado. Nada há a recear. Não pode haver processos disciplinares em consequência da simples aprovação de moções a exigirem a suspensão do processo.

O movimento de contestação cresce dentro das escolas e passa por duas vertentes complementares: aprovação de moções que exigem a suspensão do processo e a preparação das manifestações de 8/11 e de 15/11. Como são espíritos livres, os professores tomam decisões sobre a sua participação numa ou noutra das manifestações ou nas duas sem precisarem de cabrestos. Pensam pela sua própria cabeça. À medida que mais professores são envolvidos no processo de avaliação de desempenho, mais são os que se apercebem do Inferno onde os colocaram. A tomada de consciência da impossibilidade de aceitar o modelo burocrático de avaliação cresce na proporção dos que se envolvem nele.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Magalhães - o mais escandaloso golpe de propaganda do ano

Quanto ao bluff do Magalhães, insiro aqui o conteúdo de uma mensagem que tem circulado na net, para que todos fiquem a conhecer o golpe do vigário Sócrates - uma das muitas vigarices a que este governo nos tem habituado.


Os noticiários abriram há dias, com pompa e circunstância, anunciando o lançamento do 'Primeiro computador portátil português', o 'Magalhães'.

A RTP refere que é 'um projecto português produzido em Portugal'
A SIC refere que 'um produto desenvolvido por empresas nacionais e pela Intel' e que a 'concepção é portuguesa e foi desenvolvida no âmbito do Plano Tecnologico.'

Na realidade, só com muito boa vontade é que o que foi dito e escrito é verdadeiro. O projecto não teve origem em Portugal, já existe desde 2006 e é da responsabilidade da Intel. Chama-se Classmate PC e é um laptop de baixo custo destinado ao terceiro mundo e já é vendido há muito tempo através da Amazon.

As notícias foram cuidadosamente feitas de forma a dar ideia que o 'Magalhães' é algo de completamente novo e com origem em Portugal. Não é verdade.
Felizmente, existem alguns blogues atentos. Na imprensa escrita salvou-se, que se tenha dado conta, a notícia do Portugal Diário: 'Tirando o nome, o logótipo e a capa exterior, tudo o resto é idêntico ao produto que a Intel tem estado a vender em várias partes do mundo desde 2006. Aliás, esta é já a segunda versão do produto.'

Pelos vistos, o jornalista Filipe Caetano foi o único a fazer um trabalhinho de investigação em vez de reproduzir o comunicado de imprensa do Governo.

A ideia é destruir os esforços de Negroponte para o OLPC.
O criador do MIT Media Lab criou esta inovação, o portátil de 100 dólares...
A Intel foi um dos parcceiros até ver o seu concorrente AND ser escolhida como fornecedor. Saiu do consórcio e criou o Classmate, que está a tentar impor aos países em desenvolvimento.

Sócrates acaba de aliar-se, SEM CONCURSO, à Intel, para destruir o projecto de Negroponte. A JP Sá Couto, que ja fazia os Tsumanis, tem assim, SEM CONCURSO, todo o mercado nacional do primeiro ciclo.

Tudo se justifica em nome de um número
de propaganda política terceiro-mundista.

Para os pivots (ex-jornalistas?) Rodrigues dos Santos ou José Alberto Carvalho, o importante é debitar chavões propagandísticos em vez de fazer perguntas.

Se não fosse a blogosfera - que o ministro Santos Silva ainda não controla - esta propaganda não seria desmascarada. Os jornalistas da imprensa tradicional têm vindo a revelar-se de uma ignorância, seguidismo e preguiça atroz.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicholas_Negroponte#O_PC_de_USD_100

Professores imbecis

Vejam até que ponto vai a imbecilidade dos professores:
http://paulocarvalhotecnologias.wordpress.com/2008/09/29/deformacao-%c2%abmagalhaes%c2%bb/
Se quiserem ser yes-men da Ministra, continuem.
Se acham que isto é a degradação total da dignidade dos professores, peguem no carro, tomem o comboio, vão à boleia, se preciso for, mas estejam no dia 15 de Novembro em Lisboa e que cada um leve um colega consigo.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

¿A través de qué instrumentos se evalúa a los docentes?

!Por supuesto que lo sabías! Los instrumentos de evaluación del Sistema de Evaluación del Desempeño Profesional Docente Portugués son los chilenos, claro.
Le da una mirada a este sitio y tendrás tu respuesta:

http://www.docentemas.cl/documentos.php

ML Rodriguez

A manifestação do 15 de Novembro na imprensa

A Lusa está a divulgar a anunciada Marcha de Professores do dia 15/11. O evento foi ainda divulgado pelo IOL Portugal Diário, JN, Sapo e Público.

No Sol
No Público
No Iol Diário

A MANIFESTAÇÃO DO DIA 15 DE NOVEMBRO COMUNICADA AO GOVERNO CIVIL DE LISBOA

Eram 10horas 18minutos e 38segundos de hoje 14 de Outubro, quando três determinados professores da APEDE e do MUP, mandatados por uma Assembleia Geral de professores ocorrida dias antes nas Caldas da Rainha, entraram no Governo Civil de Lisboa determinados a dar conhecimento às autoridades e a preencher os requisitos legais para a convocação de uma manifestação de professores a ocorrer no dia 15 de Novembro.

Local de concentração: Marquês de Pombal, Lisboa.
Dia e Hora: 15 de Novembro, às 14 horas.

Segue-se desfile pela Rua Braancamp, Largo do Rato, Rua de S. Bento, terminando a manifestação em frente da Assembleia da República.


Contamos com todos!
Todos fazem falta!
Todos seremos poucos!

Organizem-se! Vamos TODOS a Lisboa!

Publicado em http://sinistraministra.blogspot.com/

'Traídos 1…Traídos 2…Traídos…'

Normalmente, sentimos que estamos a ser traídos, mas quase nunca temos provas efectivas do acto ilícito. Quando a Plataforma assinou um tal de Entendimento que 100Mil Professores, de facto, não entendeu, não quisemos crer que fosse traição, pelo menos consciente e assumida! Deu-nos jeito pensar que eles eram ingénuos e que MLR lhes tinha conseguido dar a volta. Lá engolimos em seco, uns com mais dificuldade do que outros, e continuámos, serenamente, mas de olhos abertos, a tentar perceber as conquistas alcançadas com a união de toda uma classe social, a dos Professores! Conquistas que, diga-se, nunca chegaram! As injustiças mantiveram-se, a complexidade dos documentos raia o limite da loucura, o excesso de trabalho burocrático não é mensurável! Com a raiva nos dentes, vamo-nos arrastando, diariamente, para a escola na esperança de que alguém nos defenda, altere tanta asneira produzida em três anos e nos deixe trabalhar, voltando a olhar para os nossos alunos como a grande força que nos move. Só que, afinal, da primeira vez, a traição tinha sido mesmo traição! Assumida bem nas nossas barbas! Os interesses do país, dos nossos filhos, dos nossos jovens, não se coadunam com os timings políticos da FENPROF e, por sua vez, da Plataforma que dirige! O Entendimento não foi assinado ingenuamente! Foi, propositadamente! Como é possível? E não é que vão mantê-lo mesmo CONTRA a grande maioria dos professores? É assim que a 2ª traição vem a caminho! Desta vez, inequivocamente! A Plataforma está contra a manifestação dos professores! Vão assumi-lo, não tivéssemos nós dúvidas, oficialmente, amanhã, dia 15 de Outubro, pelas 17H, quando a Plataforma Sindical anunciar ao país que a SUA manifestação é dia 7 de Novembro, ou sei lá quando, e que não subscreve a nossa, já convocada legalmente, a do dia 15 de Novembro! Traídos uma vez…traídos segunda…alguém vai esperar para assistir à terceira?! Se nas escolas, os grelhados já não se aguentam, o cheiro a esturro desta Plataforma é inqualificável! É nestas alturas que se percebe (parte, apenas parte…) dos interesses daqueles a quem, mesmo em época de crise, pagamos religiosamente as nossas quotas… E a FENPROF até cobra à percentagem! Permitiria Mário Nogueira um lugar que não fosse na primeira fila?! Ele é o Protagonista! Ele é que sabe! Pior…ele é que controla a classe docente! Como poderia participar numa manifestação convocada por outros, ainda que esses outros sejam aqueles que diz representar? E os outros sindicatos? Todos contra a manifestação, porquê?! Ao longo dos anos, fui assistindo à irritação da FENPROF sempre que surgia um novo sindicato de professores que, de alguma maneira, se afirmava contra as políticas educativas defendidas sob o lema “ Carreira Igual, Salário Igual”! Mas foram surgindo e são catorze, dizem! Dividiram-se, roubaram sócios uns aos outros, criticaram as formas de agir de uns e de outros, até surgir o milagre conhecido de MLR que deu origem a uma Plataforma Sindical capaz de reunir sindicatos com os objectivos mais díspares entre si! Aqueles que lutaram, anos a fio, contra a FENPROF acabam por eleger a própria FENPROF como seu porta-voz! Muito bem, ou muito mal, aconteceu! O momento era, e é, de união e não houve alternativa! Mas, afinal, por que se demarcam agora catorze sindicatos de professores de uma manifestação marcada por Professores? Há um denominador comum a todos eles: têm medo! Estão com medo! Medo de perder o protagonismo e, sobretudo, medo que novos sindicatos venham a caminho! E, possivelmente, até vêm! E se tiverem mérito serão bem-vindos! E se defenderem os interesses dos professores serão bem-vindos! E se conseguirem reunir 143Mil professores, melhor ainda! E então, se forem capazes de não trair os professores, será ouro sobre azul! Dia 15 de Novembro, os professores devem tocar a reunir e marchar, novamente, até Lisboa! De carro, de autocarro, de comboio…a pé, se preciso for! Alguém precisa da Plataforma para ir até Lisboa?! Por favor, organizem-se! Na escola, com os amigos, os filhos, a família, os vizinhos! Mas vão! E não para se manifestarem contra a Plataforma! Esqueçam-nos! Vão, sobretudo, para mostrar uma coisa que, na minha opinião, é muito importante: mostrar à Senhora Ministra que já não basta que mande a FENPROF mandar nos Professores! Já não basta que os sindicatos se juntem todos numa Plataforma Amiga para calar os professores e controlá-los! Os professores já não se deixam mais controlar! E querem que o país inteiro, no dia 15 de Novembro, o perceba claramente! Dia 15, por nós e por Portugal, diremos Não à política educativa do governo e aos interesses sindicais daqueles que são sindicalistas, mas não são, com certeza, Professores! Os Professores, mesmo que sindicalistas, esses, certamente, estarão lá!


Vasco Luís (pseudónimo de autor devidamente identificado)

Cartas no Público


É agora ou nunca - todos a Lisboa no dia 15 de Novembro

Olá amigos,
Desta vez não vão ser 100 000 !!! Vamos ter um país inteiro a apoiar os professores e contestar o mais hipoócrita e traidor governo da história moderna.
Vamos todos a Lisboa dia 15 de Novembro !!!
Não confiemos mais em sindicatos, vamos mostrar sem qualquer rodeio quem são os verdadeiros professores.
Entretanto vamos bloquear o processo de avaliação. Se todos colaborarem vai ser mesmo o fim desta palhaçada.
Divulguem ! É agora !

João Araújo

O movimento está iniciado. Com ou sem sindicatos, os professores marcharão novamente pela sua dignidade e contra a palhaçada que este ministério quer instituir com esta avaliação.

Vamos mostrar a este Governo e a esta ministra que a nossa paciência ESTÁ ESGOTADA.

Queremos dar aulas...queremos que os nossos alunos aprendam e não queremos que eles saiam prejudicados com esta trapalhada que este ministério que impor.

ABAIXO-ASSINADO

Não se esqueçam de assinar o ABAIXO-ASSINADO:
http://www.fenprof.pt/AbaixoAssinado/RevogaECD/

Professores ou Bruxos?

Por ordens ministeriais, todos os docentes deviam entregar, até ao dia 30 de Setembro, os objectivos individuais para este ano lectivo. Há escolas que adiaram o prazo por um mês, pois têm noção de que isso é impossível. Na grelha de objectivos individuais aprovada na minha escola, os professores têm de escrever a percentagem de níveis dois, três, quatro e cinco que se propõem dar no final do ano lectivo em cada turma! Se não cumprirem esses objectivos, terão de mudar e profissão.
Como é óbvio, eu, que não sou bruxo, terei de propor uma percentagem que seja aceite pelos meus avaliadores e que seja sempre inferior à do ano anterior. Os (des)iluminados tecnocratas que têm estas ideias nunca assistiram a uma aula de Psicologia do Desenvolvimento? Como é possível tratar crianças como objectos quantificáveis? Como é possível um professor que esteve em duas aulas com uma turma saber a percentagem de níveis cinco, quatro e três que atribuirá no final do ano? (Já não falo em dois, porque estamos proibidos de dar ) Eu sei que se pretende ensinar aos alunos que a vida é injusta, mas podíamos evitar que a avaliação também o fosse.
Eu já disse aos meus colegas que, se fosse bruxo, jogaria no Euromilhões e não perdia tempo a adivinhar os níveis que os alunos teriam no final do ano Isto é uma palhaçada tão grande: mascarar o insucesso, obrigando os professores a melhorarem os resultados todos os anos até todos os alunos terem nível cinco a todas as disciplinas. Por favor, não me obriguem a ser mentiroso, só porque está na moda!
O verdadeiro sucesso que há na escola é o de professores que não sabem em que dia da semana estão e que se aguentam acordados durante o dia à base de cafés, porque não dormiram a corrigir testes de avaliação diagnóstica e a prepararem aulas, a imaginarem o sucesso dos seus alunos no final do terceiro período, a deitar contas à vida, porque o dinheiro que ganham não dá para pagar a renda, o combustível, as portagens, os tinteiros da impressora. Outros professores andam tão obcecados com o poder que lhes deram de 'assassinar' a carreira de colegas que inventam matrizes de testes, estratégias diferenciadas, planos de aula, grelhas e gráficos para poderem dizer: '-Vês, não podes ter Bom porque não fizeste isto ou aquilo! Até dás aulas muito interessantes, mas não deste a devida atenção ao rapaz que está na terceira fila, constantemente a olhar pela janela! Muda de vida!'
Há quem diga que os professores insatisfeitos deviam mudar de profissão! Quem investiu anos da sua formação para fazer aquilo de que gostava, não deve mudar. A senhora ministra, que não percebe nada de pedagogia, não tem um discurso coerente nem entende o que se passa nas escolas, irá brevemente embora. Até o senhor Primeiro-Ministro que não frequentava as aulas e só falou verdade uma vez na vida, quando disse que o seu objectivo era o de tornar os portugueses mais pobres, também irá embora e um dia chegará ao poder alguém que se preocupe com o que os alunos aprendem e não com as estatísticas, porque os ministros passam, os estatutos mudam, mas os professores continuam
É uma pena a comunicação social só ir à escola, quando lá vão os governantes e tudo parece muito bonito para português ver na televisão. Os jornalistas deviam escolher uma escola e fazer uma reportagem, ouvindo o que professores, alunos e auxiliares têm para dizer.
Vendem-se ou dão-se aos alunos computadores com contratos de longa duração de 1 giga de downloads o que é ridículo e que será gasto durante um dia pelos alunos, se estiverem ligados ao 'msn', depois cobram a preços elevadíssimos a utilização durante os outros 29. Isto é um 'negócio da China' para as operadoras e para a propaganda do governo, que para todos os efeitos 'deu' o computador! Mas livrem-se de terem o azar do computador ou da placa avariarem, nem imaginam o que vão gastar em portes postais e os aborrecimentos que terão!
A senhora Ministra tinha prometido que haveria projectores e computadores em todas as salas, no início deste ano lectivo. Na minha escola, quem quiser utilizar as novas tecnologias tem de comprar computadores, impressoras, tinteiros e projectores! Ela quer a excelência, mas trata-nos como escravos que ainda pagam para trabalhar.
Já nem vou escrever sobre a entrega da gestão do parque escolar a uma câmara que eu conheço, que abandonou completamente as escolas do 1º ciclo com computadores com cerca de dez anos que já não funcionam e que obriga os pais a mandarem papel higiénico e detergentes para a escola. Antes da atribuição de mais competências, o governo devia ter verificado como essa câmara em concreto tinha gerido as escolas do 1º ciclo até ao momento.
O Senhor Primeiro-Ministro tem mais jeito para vender computadores do que para governar o país, no entanto anda a festejar, porque piorou a vida dos portugueses, aumentando os impostos, a idade da reforma, criando portagens nas SCUT (só da região do Porto) e congelando as carreiras. Já não falo na subida das taxas de juro, pois acho que a culpa não é só sua! A mudança que operou no país foi para pior!

A SUPER-ESCOLA ou o retrato da escola portuguesa

Onde estão as melhores escolas do mundo?
Claro! Está certo! Em... Portugal
Ora vejamos com atenção o exemplo de uma vulgar turma do 7º ano de escolaridade, ou seja, ensino básico.
Ah, é verdade, ensino básico é para toda a gente, melhor dizendo, para os filhos de toda a gente! DISCIPLINAS / ÁREAS CURRICULARES NÃO DISCIPLINARES
1. Língua Portuguesa
2. História
3. Língua Estrangeira I - Inglês
4. Língua Estrangeira II - Francês
5. Matemática
6. Ciências Naturais
7. Físico-Químicas
8. Geografia
9. Educação Física
10. Educação Visual
11. Educação Tecnológica
12. Educação Moral R.C.
13. Estudo Acompanhado
14. Área Projecto
15. Formação Cívica
É ISSO - CONTARAM BEM - SÃO 15
Carga horária = 36 tempos lectivos
Não é o máximo ensinar isto tudo aos filhos de toda esta gente? De todo o Portugal?
Somos demais, mesmo bons!
MAS NÃO FICAMOS POR AQUI!!!!
A Escola ainda:
Integra alunos com diferentes tipologias e graus de deficiência, apesar dos professores não terem formação para isso;
Integra alunos com Necessidades Educativas de Carácter Prolongado de toda a espécie e feitio, apesar dos professores não terem formação para isso;
Não pode esquecer os outros alunos,'atestado-médico-excluídos' que também têm enormes dificuldades de aprendizagem;
Integra alunos oriundos de outros países que, por as mais das vezes não falam um cu de Português, ou melhor, nem sequer sabem o que quer dizer cu;

Tem o dever de criar outras opções para superar dificuldades dos alunos,
como:
* Currículos Alternativos

* Currículos Escolares Próprios

* Percursos Curriculares Alternativos

* Cursos de Educação e Formação

MAS AINDA HÁ MAIS...
A escola ainda tem o dever de sensibilizar ou formar os alunos nos mais variados domínios:

* Educação sexual
* Prevenção rodoviária
* Promoção da saúde, higiene, boas práticas alimentares, etc.
* Preservação do meio ambiente
* Prevenção da toxicodependência
* Etc, etc...

'peço desculpa por interromper, mas... em Portugal são todos órfãos?' (possível interpolação do ministro da educação da Finlândia)
Só se encontra mesmo um único defeito: Os professores.
Uma cambada de selvagens e incompetentes, que não merecem o que ganham, trabalham poucas horas (Comparem com os alunos! Vá! Vá! Comparem!!!) Têm muitas férias, faltam muito, passam a vida a faltar ao respeito e a agredir os pobres dos alunos, coitados! Vejam bem que os professores chegam ao cúmulo de exigir aos alunos que tragam todos os dias o material para as aulas, que façam trabalhos de casa, que estejam atentos e calados na sala de aula, etc... e depois ainda ficam aborrecidos por os alunos lhes faltarem ao respeito! Olha que há cada uma!
COM FRANQUEZA!!!

É bom que as pessoas percebam que ter filhos acarreta muita responsabilidade - não só a de os alimentar, vestir, comprar telemóveis, mp3, pc, como também, e principalmente : EDUCÁ-LOS!!!!!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

CCAP desacredita Modelo de Avaliação

Olá colegas,
Está explicado o pedido de aposentação da Presidente do CCAP. A motivação não terá sido muito diferente da de muitos milhares de professores que estão a ser empurrados para a aposentação prematura pelo obscurantismo desta equipa ministerial.
Saudemos as conclusões do CCAP. Bem-vindos à lucidez!
Contra a razão e a ética não há mistificação, nem propaganda que resista! É apenas uma questão de tempo!...
Para além da ignorância e da teimosia de Sócrates, esta equipa ministerial já não dispõe de nenhuma âncora credível e séria para continuar a impor a monstruosidade deste modelo de avaliação.
Os professores não serão devedores de uma palavra de Sua Excelência o Sr. Presidente da República, dos partidos políticos e de outras entidades perante este ataque à inteligência e à dignidade dos professores? Querem ser cúmplices silenciosos da destruição da escola pública?
De que estamos à espera para reagir?...
Abraço,
Octávio V Gonçalves

PS: Se o modelo de avaliação é tão bom apliquem-no, experimentalmente, aos obtusos Miguel Sousa Tavares e Emídio Rangel, para depois o exportarem para a Venezuela como brinde anexado aos Migalhães J.

O Conselho Científico para a Avaliação do Desempenho dos Professores, terá concluído, de acordo com o SPGL:
(i) Que os avaliadores não possuem formação para avaliar os seus pares (!). Importa agora saber porque mentiram à sociedade portuguesa os responsáveis políticos ao investi-los, perante a opinião pública, de uma titularidade de competências funcionais que afinal não detinham, não detêm e que os próprios, em grande número, parecem abominar quem as detém (?);
(ii) Que este sistema de avaliação do desempenho não tem repercussão positiva na prática pedagógica dos docentes e no sucesso efectivo dos alunos. O inverso apenas poderia ser verdade se a miopia de quem nas escolas trabalha todos os dias fosse similar à dos governantes da 5 de Outubro;
(iii) Que o modelo de avaliação em causa é, em si mesmo, promotor de conflitos pessoais e profissionais e gerador de um indesejável clima de instabilidade nas escolas. Quem foram os estrategas de guerra que planearam até quase ao pormenor a guerrilha entre docentes? Quem são os autistas que não perceberam (não percebem?) que o conflito tribal numa escola tem por principais vítimas não os docentes mas, sobretudo, os alunos e as suas famílias?

Avaliação de Professores no Mundo

Avaliação de Professores em Portugal


Onde se inspirou o governo português para conceber um modelo de avaliação tão burocrático? Em declarações ao órgão de propaganda do PS a ministra da educação afirma que se inspirou em modelos de avaliação existentes na Inglaterra, Espanha, Holanda e Suécia (Março de 2008). Os professores destes países negam tal afirmação. O modelo que maiores semelhanças tem com o português é o chileno, mas seja mesmo assim menos burocrático.

Estamos pois perante o sistema de avaliação mais burocrático do mundo, e que fomenta o fim do trabalho cooperativo nas escolas. Não admira que ao aperceber-se da gravidade do problema, o próprio ME tenha vindo a apelar para que cada escola simplifique o sistema, criando desta forma uma disparidade de modelos e de critérios de avaliação no país.

Consultas:

Avaliação de Professores na Alemanha

1. Categorias. Não existe qualquer categoria similar à de professor titular. Apenas existem quadros de escola, tal como existia em Portugal.

2. Aulas Assistidas: Acontecem durante o período de formação e depois de 6 em 6 anos. A aula tem a duração de 45 minutos e é assistida pelo chefe da Direcção escolar. Essa assistência tem como objectivo a subida de escalão. Depois de atingido o topo da carreira, acabaram-se as aulas assistidas e não existe mais nenhuma avaliação.

3. Horários dos Professores. Não existe diferença entre horas lectivas e não lectivas. Os horários completos variam entre 25 e 28 horas semanais.

4. Avaliação de Alunos. As reuniões para efeito de avaliação dos alunos têm lugar durante o tempo de funcionamento escolar normal, nunca durante o período de interrupção de actividades ou de férias. Tanto na Alemanha como na Suíça, França e Luxemburgo, durante os períodos de férias as escolas encontram-se encerradas. Encerradas para todos, alunos, pais, professores e pessoal de Secretaria. Os alunos e os professores têm exactamente o mesmo tempo de férias.
Não existe essa dicotomia idiota entre interrupções lectivas, férias, etc.

5. Horários escolares: Nas escolas de Ensino Primário as aulas vão das 8.00 às 13 ou 14 horas. Nos outros níveis começam às 8 .00 ou 8.30 e terminam às 16.00 ou, a partir do 10° ano,às 17.00.

6. Férias: cerca de 80 dias por ano, embora possa haver ligeiras diferenças de Estado para Estado.

7. Máximo de alunos por turma: 22

Avaliação de Professores na Suíça

1. Categorias. Não existe qualquer categoria similar à de professor titular. Apenas existem quadros de escola (Professores do quadro).

2. Aulas Assistidas: Estas aulas só ocorrem durante a formação e para a subida de escalão.

3. Férias. As escolas durante o período de férias estão encerradas. Total de dias de férias: cerca de 72 (pode haver diferenças de cantão para cantão) .

4. Os horários escolares: Idênticos aos da Alemanha. Até ao 4° ano de escolaridade, inclusive, não há aulas de tarde às quartas-feiras, e terminam cerca das 11.30.

5. Máxima de alunos por turma: 22.

Avaliação de Professores na Bélgica

1. Categorias. Não existe qualquer categoria similar à de professor titular. Apenas existem quadros de escola (Professores do quadro).

2. Aulas Assistidas. As aulas Assistidas só ocorrem quando são solicitadas pela direcção da escola, mas não contam para efeitos de progressão dos docentes.

3. Avaliação das Escolas. A avaliação dos professores está englobada na avaliação das escolas. Avalia-se o trabalho da escolas, e desta forma o trabalho dos professores que nelas exercem a sua actividade.

Avaliação de Professores na Inglaterra e País de Gales

1. Categorias. Os professores do ensino público estão divididos em função de duas categorias salariais: A Tabela Salarial Principal (dividida em 6 níveis) e a Tabela Salarial Alta (dividida em 3 níveis).

2. Avaliação. A progressão nas tabelas depende dos resultados da avaliação contínua e que envolve o director da escola, o conselho directivo e os "avaliadores de "performance".

Avaliação de Professores na França

1. Categorias. Não existe qualquer categoria similar à de professor titular.

2. Aulas assistidas. As aulas assistidas só ocorrem no mínimo de 4 em 4 anos, a regra é de 6 em 6 anos, e são observadas por um inspector com formação na área do professor. O objectivo destas aulas é essencialmente formativo, tendo em vista ajudar os professores a melhorar as suas práticas lectivas.

3. Progressão na carreira. Para além da antiguidade, são tidos em conta os resultados da observação das aulas e as acções de formação frequentadas pelos professores.

Avaliação dos Professores em Espanha

1.Descentralização. A única legislação nacional que existe sobre avaliação dos professores e sistemas de promoção contemplam apenas o ensino básico. Cada "Comunidade Autonómica" estabelece os seus próprios critérios para a progressão dos professores.

2. Avaliação. Embora não existam progressões automáticas, na maioria dos casos as mesmas são feitas com base na antiguidade.

Avaliação de Professores nos EUA

1. Descentralização.. Cada um dos 13 mil distritos escolares tem os seus próprios critérios de recrutamento, de carreira, avaliação de desempenho, promoção ou de pagamento.

2. Avaliação. Não existe um sistema único de avaliação. Nos distritos onde existe avaliação, esta pode ser feita pelo director da escola ou entre os próprios professores.

3. Progressão. Em geral os aumentos salariais são feitos em função do tempo de serviço.

Avaliação de Professores no Chile

O Ministério da Educação de Portugal terá copiado o modelo chileno de avaliação ?. ( Consultar ) . Estes modelos foram já objecto de uma comparação muito elucidativa das suas semelhanças e diferenças.

Comparação

Modelo de Avaliação Português / Modelo de Avaliação Chileno

Periodicidade

1. A avaliação global é feita de 2 em 2 anos.

2. A avaliação serve sobretudo para contagem de serviço para a progressão na carreira (existem cotas para a categoria de titulares).

1. A avaliação é feita de 4 em 4 anos.

2. A avaliação serve sobretudo para premiar financeiramente os melhores desempenhos, os quais pode ir até 25% do salário mínimo nacional chileno (não existem cotas para estes prémios).

Instrumentos de Avaliação

1. Fichas de auto-avaliação do professor;

2. Ficha dos objectivos individuais de cada professor;

3. Ficha de avaliação dos objectivos individuais do professor;

3. Portefólio do professor

4. Avaliação do portefólio do professor avaliado;

5. Entrevista pelo professor avaliador. Implica o preenchimento de ficha de avaliação.

6. Avaliação pelo coordenador do Departamento Curricular. Implicando o preenchimento de ficha de avaliação).

7. Avaliação pela Comissão Executiva (Director). Implica o preenchimento de ficha de avaliação).

8. Assistência do avaliador a pelo menos 3 aulas em cada ano lectivo. Implica o preenchimento de 3 fichas de avaliação.

1. Fichas de Auto-avaliação;

2. Entrevista pelo professor avaliador;

3. Avaliação do director ou do chefe técnico da escola;

4. Portfólio, que inclui a gravação em vídeo de uma aula, de 4 em quatro anos.

Níveis de Desempenho e Resultados da Avaliação

1. Excelente (com cota fixada pelo governo). Duas vezes seguidas reduz em quatro anos o tempo de serviço para acesso à categoria de titular; Quatro vezes seguidas dá direito a prémio de desempenho.

2. Muito Bom (com cota fixada pelo governo). Duas vezes seguidas reduz 2 anos o tempo;

3. Bom. Classificação mínima necessária para progredir.

4. Regular. Não progride. Proposta de acção de formação contínua;

5. Insuficiente. Não progride. Pode determinar a reconversão profissional.

1. Destacado ou Competente. Recebe um abono suplementar mensal. O abono dura três e quatro anos.

2. Insatisfatório. Repete a avaliação no ano seguinte. Se na segunda avaliação tiver o mesmo resultado e deixa de dar aulas, durante um ano. Se tiver uma terceira avaliação negativa sai da carreira, mas recebe um abono.

Nota:
Esta informação é a verdade, sem demagogias e não serve para caçar votos. Envia-a ao maior número de colegas possível, seguindo o princípio que indivíduo informado vale por dois.

Não nos podemos deixar enganar !!!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Faltas legalmente equiparadas a serviço lectivo e avaliação de desempenho

Numa comunicação escrita, datada de 15 de Abril de 2008, o Presidente do CE da EB (omito o nome) informa os docentes do seguinte:
Apesar das faltas legalmente equiparadas a serviço lectivo não contarem para efeitos da falta de assiduidade ao nível de avaliação, no entanto, de acordo com o que consta na ficha de avaliação de desempenho de 7/04/ 2008, o ponto A.2 do Anexo XIII- empenho para a realização das aulas previstas: compensações, permutas, preparação das substituições -remete para todo o serviço lectivo distribuído (total de aulas previstas). Ora, de acordo com este anexo, terá de se registar o número de aulas que não foi leccionado, independentemente das razões que originaram as faltas. Assim, continua o Presidente desta Escola, as aulas não leccionadas acabam por incidir na avaliação de cada docente, independentemente de ter sido leccionada toda a matéria curricular, podendo até agravá-la. E, para ultrapassar esta situação, terão de se aplicar modalidades compensatórias já implementadas na Escola, tal como a permuta e a reposição do serviço lectivo [reprodução não textual, mas fiel ao enunciado escrito].
Se todos os Conselhos Executivos seguirem a referida Escola - e ver-se-ão forçados, a curto prazo, a fazê-lo -esta ilegalidade que o ME, através de um Regulamento, lhes impõe executar, revoga o artigo 103.º do ECD, pois retira-lhe efeito útil.
Imaginem as subsequentes situações:
1. O docente faltou por motivo de greve.
Esse dia é-lhe descontado no vencimento. Ao 'exigirem-lhe' que reponha o número de aulas em falta, a greve ficou sem efeito útil. Mais grave ainda: trabalha e não recebe, ou seja, repõe as aulas não leccionadas, mas não lhe repõem o pagamento do dia de greve.
2. O docente faltou por motivo de nojo.
Não recebe o subsídio de refeição correspondente aos dias em falta. Repõe as aulas não leccionadas, mas não recebe o subsídio de refeição correlativo.
3. O professor não lecciona por motivo de visita de estudo.
O professor que foi em visita de estudo organizada por outro grupo disciplinar tem de repor as aulas não leccionadas apesar de nesse dia ter trabalhado mais horas do que as referenciadas no seu horário de trabalho.
Caros colegas:
Temos de lutar contra esta aberração legislativa de compensar as aulas não leccionadas, pois põem em causa o princípio constitucional da igualdade.
Conhecem algum médico, juiz ou operário que seja obrigado a repor as horas que justificadamente não trabalhou?
Em Direito ensinaram-me que as leis inferiores não revogam leis superiores; que o respeito pela hierarquia das leis é um dos fundamentos de um Estado de Direito Democrático.
Ou ensinaram-me mal ou, pelos vistos o Estado de Direito Democrático não existe.

in:

http://www.profblog.org/2008/10/faltas-legalmente-equiparadas-servio.html

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A ANEDOTA DESTE PAÍS...

A ANEDOTA...


andam a gozar connosco...


- Na escola um professor é agredido por um aluno. O professor nada pode fazer, porque a sua progressão na carreira está dependente da nota que dá ao seu aluno.

- Um jovem de 18 anos recebe €200 do Estado para não trabalhar; um idoso recebe de reforma €236 depois de toda uma vida do trabalho.

- Um marido oferece um anel à sua mulher e tem de declarar a doação ao fisco.

- O Estado que queria gastar 6 mil milhões de euros no novo Aeroporto da Ota recusa-se a baixar impostos porque não tem dinheiro.

- Nas zonas mais problemáticas das áreas urbanas existe 1 polícia para cada 2 000 habitantes; o Governo diz que não precisa de mais polícias.

- Numa empreitada pública, os trabalhadores são todos imigrantes ilegais, que recebem abaixo do salário mínimo e o Estado não fiscaliza.

- Um professor é sovado por um aluno e o Governo diz que a culpa á das causas sociais.

- Um polícia bate num negro é uma atitude racista, um bando de negros mata 3 polícias, não estão inseridos na sociedade.

- O café da esquina fechou porque não tinha WC para homens, mulheres e empregados, no Fórum Montijo o WC da Pizza Hut fica a 100mts, nem tem local para lavar mãos.

- O governo incentiva as pessoas a procurarem energias alternativas ao petróleo e depois multa quem coloca óleo vegetal nos carros porque não paga ISP (Imposto sobre produtos petrolíferos).

- O ministério do ambiente incentiva o uso de meios alternativos ao combustível, no edifício do ministério do ambiente não há estacionamento para bicicletas, nem se sabe de nenhum ministro que utiliza a bicicleta.

- Nas prisões é distribuído gratuitamente seringas por causa do HIV, mas como entra droga nas prisões?

- No exame final de 12º ano és apanhado a copiar chumbas o ano, o primeiro-ministro que é muito esperto (não confundir com inteligente) fez o exame de inglês técnico em casa, mandou-o por fax e é engenheiro...

- Um jovem de 14 mata um adulto, não tem idade para ir a tribunal, um jovem de 15 leva uma chapada do pai, por ter roubado dinheiro para droga é violência doméstica.

- Começas a descontar em Janeiro o IRS e só vais receber o excesso em Agosto do ano que vem, não pagas as finanças a tempo e horas passado um dia já estás a pagar juros.

- Fechas a janela da tua varanda e estas a fazer uma obra ilegal, constrói-se um bairro de lata e ninguém vê.

- Se o teu filho não tem cabeça para a escola e com 14 anos pões a trabalhar contigo num oficio respeitável, é exploração do trabalho infantil, se és artista e o teu filho com 7 anos participa em
gravações de telenovelas 8 horas por dia ou mais a criança tem muito talento, sai ao pai ou à mãe.

- Paguei 0.50€ por uma seringa na farmácia para dar um medicamento ao meu filho, mas se fosse drogado, não pagava nada.

O portuga tem tendências internacionalistas

O cariz internacionalista do povo português é peculiar:


- Se tem um problema para ultrapassar... diz que se vê grego;


- Se alguma coisa é difícil de compreender... diz que é chinês;


- Se trabalha de manhã à noite... diz que é um mouro;


- Se tem uma invenção moderna e mais ou menos inútil ... diz que é uma americanice;


- Se alguém mexe em coisas que não deve... diz que é como o espanhol;


- Se alguém vive com luxo e ostentação... diz que vive à grande e à francesa;


- Se alguém faz algo para causar boa impressão aos outros... diz que é só para inglês ver;


- Se alguém tenta regatear o preço de alguma coisa ... diz que é pior que um marroquino;


Mas quando alguma coisa corre mal... diz que é à PORTUGUESA.

Um site importante sobre avaliação de desempenho docente

Este sitio (Site) pode ser precioso para todos aqueles que estão apostados na AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOCENTE:

http://www.box.net/shared/dwi8fetk4s#1:13031007

Ser português é...

Ser Português é:

Levar arroz de frango para a praia.

Guardar as cuecas velhas para polir o carro.

Lavar o carro na rua, ao domingo.

Ter pelo menos duas camisas traficadas da Lacoste e uma da Tommy (de cor amarelo-canário e azul-cueca).

Passar o domingo no shopping.

Tirar a cera dos ouvidos com a chave do carro ou com a tampa da esferográfica.

Ter bigode.

Viajar pró cu de Judas e encontrar outro Tuga no restaurante.

Receber visitas e ir logo mostrar a casa toda.

Enfeitar as estantes da sala com as prendas do casamento.

Exigir à mulher a dias que corrija todos os que telefonam para sua casa sem o tratarem por 'Doutor' e telefonar de vez em quando para casa a perguntar à mulher a dias pelo Senhor Doutor.

Exigir que o tratem por Sr. Engenheiro.

Axaxinar o Portuguex ao eskrever.

Gastar 50 mil euros no Mercedes C220 cdi, mas não comprar o kit mãos-livres, porque 'é caro'.

Já ter 'ido à bruxa'.

Filhos baptizados e de catecismo na mão, mas nunca pôr os pés na igreja.

Não ser racista, mas abrir uma excepção com os ciganos.

Ir de carro para todo o lado, aconteça o que acontecer, e pelo menos, a 500 metros de casa.

Conduzir sempre pela faixa da esquerda da auto-estrada (a da direita é para os camiões).

Cometer 3 infracções ao código da estrada, por quilómetro percorrido!!!

Ter três telemóveis.

Gastar uma fortuna no telemóvel mas pensar duas vezes antes de ir ao dentista.

Ir à bola, comprar 'prá geral' e saltar 'prá central'.

Viver em casa dos pais até aos 30 anos ou mais.

Ser mal atendido num serviço, ficar lixado da vida, mas não reclamar por escrito 'porque não se quer aborrecer'.

Falar mal do Governo eleito e esquecer-se de que votou nele.

Um professor já começou a organizar o processo de avaliação...

Chegou o novo herói: o Magalhães!

Esta é de morrer...

EDUCAÇÃO: AS PROMESSAS POR CUMPRIR

EDUCAÇÃO: AS PROMESSAS POR CUMPRIR

Apesar dos percalços, sossegue-se o Partido Socialista – a máquina governamental de propaganda está bem e recomenda-se. Com a abertura do novo ano escolar – na Educação – fez prova de vida: desde meados de Agosto que cada medida foi anunciada, encenada, inaugurada pelo menos 4 vezes; nas últimas semanas Primeiro-ministro, Ministro e secretários de Estado de todos os tamanhos têm sido chamados à grande campanha de salvação da Ministra da Educação.
O Governo protege os seus - nenhum esforço ou cerimónia é poupado para salvar e tentar repara a falta de credibilidade da equipa ministerial da 5 de Outubro.
E é certo - a propaganda pode muito, mas não pode tudo.
Não serve para esconder as fragilidades e recuos do Governo em matéria de educação. E acima de tudo, não isenta – não nos isenta a todos - de um debate sério, de uma avaliação atenta à realidade, tantas vezes preocupante, em tantas áreas do sistema educativo.
Até porque este ano há riscos acrescidos.
É por isso chocante que, depois de meses de alerta por parte de especialistas, pais e professores ligados à questão da educação especial, e que têm vindo a mostrar como a nova legislação lançada pelo governo vai deixar milhares de alunos com necessidades educativas especiais sem qualquer tipo de apoio, não tenha havido um único momento no recente Festim Governamental para acautelar que tal acontecerá.
São estes os alunos mais vulneráveis do sistema educativo, é exactamente perante estes alunos que o país, que a escola pública não tem o direito de falhar. Apesar disso a preocupação do Ministério e do Governo do PS é nula. Chegam de todo lado, aqui mesmo a esta Assembleia, relatos de pais assustados, com filhos em escolas de educação especial que não abriram portas este ano porque há Direcções Regionais de Educação que têm falhado consecutivamente os seus compromissos. E ninguém sabe bem o que vai acontecer, ninguém sabe bem o que vai acontecer as estas crianças...
É chocante e hipócrita que o Governo - o Sr. Primeiro-Ministro - se desloque às escolas para entregar prémios de mérito de 500 euros aos melhores alunos. Esses 500 euros não vão chegar para pagar em muitos casos sequer metade das propinas do seu 1º ano de estudos superiores. Na prática, o Sr. Primeiro-ministro foi às escolas cobrar aos melhores alunos que queiram continuar os seus estudos no sistema público do ensino superior os 500 euros que faltam do pagamento da propina.
É chocante a forma como governo propagandeou as alterações no âmbito da ASE. Note-se: ninguém nega a importância do alargamento da base de incidência. Mas façamos as contas.
O governo negociou com as editoras escolares aumentos nos manuais escolares acima da inflação – inflação mais 3% no 1º ciclo; inflação mais 1,5% no 2º e 3º ciclo.
Façamos de facto as contas. Veja-se o que acontece no 6º ano de escolaridade, crianças com 11 ou 12 anos – o governo aumentou em 1 euro (1 euro!!) a comparticipação nos livros para o escalão A, passando de 94 para 95 euros, e 0,5 euros (50 cêntimos) para o escalão B. Em média, os livros para este ano de escolaridade custam 200 euros. Ou 400 euros para alguns anos do 3º ciclo. Os pais, as famílias interrogam-se: festeja-se o quê, exactamente...?
É chocante a burocracia criada em torno do novo passe escolar - as transportadoras pedem os papéis das escolas, as escolas pedem as confirmações das Direcções Regionais - nada acontece, mas o Governo lava as mãos. Está contente com os cartazes publicitários que espalhou pelas cidades, e isso chega-lhe.
Como é chocante ver o anúncio de requalificação de escolas secundárias (até 2015, isto é, pelos próximos dois governos...), quando sabemos que o encerramento de escolas promovido pelo ME faz com que milhares de crianças iniciem por estes dias as suas aulas – para muitas o primeiro dia de escola das suas vidas – em contentores instalados em recreios. Por estes contentores, a festa socialista da educação não passou.
E as promessas por cumprir, cada vez mais distantes. Depois de um consenso político alargado sobre a necessidade de estender a escolaridade obrigatória até 12º ano, o Ministério apressa-se a dizer que sim, mas que também. Que quer que todos cheguem e façam o 12º ano, sonha com isso, gostava muito - mas alargar a escolaridade obrigatória até lá... agora não, talvez mais tarde.
E os debates e reformas que ficam por fazer - e que fazem falta. São urgentes na requalificação do sistema educativo - o debate sobre a estrutura e os conteúdos curriculares que tirem a escola da esquizofrenia da multiplicação de disciplinas; a necessidade de criar equipas multidisciplinares de combate ao abandono e insucesso escolar – programas de tutoria que o ME recusa, ano após ano.
E quem vai às escolas por onde não passou a caravana governamental não vê festa. Pelo contrário.
Vê o clima de desmotivação dos professores, a multiplicação burocrática sem que finalidade útil. Vê o que aconteceu com a avaliação experimental dos professores contratados no ano passado - muitos nem conhecem a sua avaliação e voltaram a ser contratados, outros estiveram em escolas que deram classificação idêntica a todos, mas não voltaram a ser contratados... Uma farsa – a farsa deste modelo de avaliação de desempenho - que o ME se prepara para relançar de novo este ano, sem tirar qualquer lição do processo e das críticas ouvidas durante o ano passado. Vê os professores com 7, 8, 9 turmas, cerca de metade com mais de 100 alunos; a preparar aulas nos átrios das escolas, e pergunta onde está a festa, que aqui parece que ninguém foi convidado...
É tempo de parar a propaganda e assumir responsabilidades. A um ano de final de legislatura, as promessas do Partido Socialista para a escola pública perderam toda a credibilidade. Foram, vão sendo, sucessivamente sacrificadas para manter em funções a Ministra da Educação. Mas esqueceram pais, alunos e professores. Se não há alteração dramática neste rumo, por esta altura no próximo ano pais, alunos e professores farão a sua festa – mas aí já não convidam o Partido Socialista.

RANKINGS E XANAX

RANKINGS E XANAX
Texto de Daniel Oliveira, no Expresso.


Esta semana evite a companhia de professores. Falar com qualquer um deles pode deixá-lo em mau estado. Vivem, nos dias que correm, em depressão colectiva. A sucessão de reformas, contra-reformas e contra-contra-reformas, a destruição do que se foi fazendo de bom - do ensino especial ao ensino artístico -, a incompetência desta equipa ministerial e o linchamento público de uma classe inteira tem os resultados à vista: as aulas recomeçam com professores tão motivados como um vegetariano perante um bife na pedra.

Sabem que os espera apenas uma novidade: a avaliação do seu desempenho. E é, ao que parece, tudo o que interessa a toda a gente: a avaliação dos professores, a avaliação dos alunos, a avaliação das escolas, a avaliação do sistema educativo português.

Tenho uma coisa um pouco fora do comum para dizer sobre o assunto: a escola serve para ensinar e aprender. Se isto falha, os exames, as avaliações e os 'rankings' são irrelevantes. Talvez não fosse má ideia, enquanto se avaliam os professores, dar-lhes tempo para eles fazerem aquilo para que lhes pagamos em vez de os soterrar em burocracia. Enquanto se exigem mais e mais exames, garantir que os miúdos aprendem com algum gosto qualquer coisa entre cada um deles.

Enquanto se fazem 'rankings', conseguir que a escola seja um lugar de onde não se quer fugir. E enquanto se culpam os professores pelo atraso cultural do país, perder um segundo a ouvir o que eles têm para dizer. Agora que já os deixámos agarrados ao Xanax, acham que é possível gastar algumas energias a dar-lhes razões para gostarem do que fazem? Se não for por melhor razão, só para desanuviar o ambiente nos edifícios onde os nossos filhos passam uma boa parte do dia.

Professores e familiares - leiam que é grave !

Professores e familiares - leiam que é grave !

O nosso país não sabe e não se apercebe, mas a grande maioria dos professores que estão no terreno já sabe que 30 anos após o 25 de Abril, estamos a assistir à destruição do sistema de ensino em Portugal.

Os motivos? ….fácil:
- Poupar nos profissionais (professores) para continuar a embolsar para diminuir o défice e encher os bolsos dos amigos que mamam à grande no Estado, desde administradores a gestores e passando pelos privados que recebem favores cada vez mais inconcebíveis! Até vão poupar nos profissionais que lidam com crianças deficientes
(incluindo deficiências profundas, surdos, mudos, cegos, etc...) fechando os estabelecimentos apropriados a estes casos, colocando-as todas 'inseridas' em turmas comuns numa escola normal!!!

Para fazer o quê?
Apenas porque o professor tem o dever de dar aulas? Não !!!!!

- É para descredibilizar a Escola Pública e abrir caminho para os negócios privados da Educação que aí vêm!
O último grande negócio que lhes faltava!

Criar um país de absolutos ignorantes com um papel passado de frequência da escola que será obrigatória como depósito de pessoas, até ao 12º ano.
Nunca terão emprego capaz! Não terão capacidade nem conhecimentos para protestar e deitar abaixo uma minoria de ditadorzinhos e exploradores que se alimentará e viverá em extrema riqueza à custa de todos!

Já Salazar sabia o perigo do povo ter instrução: - A CULTURA LIBERTA!!!
O burro aceita o cabresto!!!

- Aparentar na Europa que temos perto de 100% de alfabetização e frequência da escola até ao 12º ano. Uma colossal mentira!

Para isto, atacam todos os dias os professores,como se fossem os culpados de tudo o que não corre bem no ensino, pelo caminho os pais (4 milhões de votos...) são promovidos a santos e descartados de toda a responsabilidade na educação dos seus filhos
(até aplaudem que no 5º e 6º anos os alunos passem a estar 11 horas por dia na escola!!! não querem filhos? Para que os tiveram?) e os alunos são promovidos a semi-deuses, podendo faltar às aulas a gosto, não trabalhando, não tendo disciplina, obrigações nem educação perante outras pessoas e estando garantida a sua passagem seja como for, e se ele não sabe nada, a culpa é do professor, claro !

De repente, todos os professores que formaram milhões de Portugueses em 30 anos são incompetentes e maus profissionais, segundo este governo!

Talvez devam começar a pensar que toda a base da nossa sociedade começa na educação e formação do nosso povo, senão seriam todos uns pobres labregos a trabalhar por uma côdea de pão, e são os professores os agentes dessa formação!

A base do nosso estilo de vida e da nossa sociedade!

Abram os olhos e digam a outros, pois a campanha de intoxicação das televisões por conta do governo tem impedido que as pessoas fora das Escolas saibam do que se passa!

PASSEM O E-MAIL, POIS ISTO É AINDA MUITO MAIS GRAVE DO QUE PARECE!

A avaliação do desempenho de professores é uma patranha para escamotear mais uma poupança para combater o défice!

Professores levados até à exaustão não pelas aulas, mas pela burocracia

A propósito do excesso de carga horária semanal dos professores, leiam este depoimento da colega Isabel Fidalgo:
"Hoje estou mesmo de "língua de fora".Trabalhei 3 horas de manhã, em casa, a adiantar a correcção de testes diagnósticos; de tarde, 6horas na escola, a dar aulas e a traçar objectivos individuais. Agora estou em casa a trabalhar na direcção de turma, com a ajuda do meu marido, porque não houve tempo para que o trabalho fosse feito no devido local. Passei o fim-de-semana sem pôr os pés na rua, a corrigir testes. Amanhã tenho que estar às nove e vinte na escola.
Vou na segunda semana de aulas e, não fora a experiência, seria uma lástima. Não sobra tempo para preparar estratégias que seduzam os alunos. Só a força anímica e o grande amor pelos jovens nos permitem continuar. Dentro da sala de aula esqueço tudo e sou feliz, porque vejo na actividade docente uma dimensão cultural e cívica que ainda me fascina. Mas hoje, tive que interromper uma aula, sentar-me dois minutos, segurar a cabeça, beber água e tomar um pacote de açúcar para me segurar. ESTOU EXAUSTA!!! Ninguém consegue humanamente fazer tanta coisa ao mesmo tempo."

ERROS NA COLOCAÇÃO DE PROFESSORES

Colega,
Lê esta mensagem e passa-a ao teus colegas professores.

ERROS NA COLOCAÇÃO DE PROFESSORES


O Semanário SOL está a preparar um trabalho sobre erros ocorridos na colocação de professores e gostava, por isso, de contar com a nossa ajuda para conseguir encontrar alguns casos…

Já é conhecido, por exemplo, o caso de uma escola em que dois horários foram atribuídos a três professores, mas a jornalista Margarida Davim, que está a realizar o trabalho, gostava de ter mais.

A seu pedido, agradece-se a divulgação desta mensagem, no sentido de encontrar alguns professores que queiram contar as suas histórias (mesmo sem ser identificados).

Por motivos de fecho da edição, a jornalista precisa de uma resposta até quinta-feira.


Margarida Davim
Jornal Sol
E-mail- margarida.davim@sol.pt
Rua de São Nicolau, 120
1100-500 Lisboa
96 133 02 33
21 324 66 11


NOTA: Esta mensagem ficará no topo do bolgue até quinta-feira, independentemente de novas "entradas".

In http://mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/