quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Professores levados até à exaustão não pelas aulas, mas pela burocracia

A propósito do excesso de carga horária semanal dos professores, leiam este depoimento da colega Isabel Fidalgo:
"Hoje estou mesmo de "língua de fora".Trabalhei 3 horas de manhã, em casa, a adiantar a correcção de testes diagnósticos; de tarde, 6horas na escola, a dar aulas e a traçar objectivos individuais. Agora estou em casa a trabalhar na direcção de turma, com a ajuda do meu marido, porque não houve tempo para que o trabalho fosse feito no devido local. Passei o fim-de-semana sem pôr os pés na rua, a corrigir testes. Amanhã tenho que estar às nove e vinte na escola.
Vou na segunda semana de aulas e, não fora a experiência, seria uma lástima. Não sobra tempo para preparar estratégias que seduzam os alunos. Só a força anímica e o grande amor pelos jovens nos permitem continuar. Dentro da sala de aula esqueço tudo e sou feliz, porque vejo na actividade docente uma dimensão cultural e cívica que ainda me fascina. Mas hoje, tive que interromper uma aula, sentar-me dois minutos, segurar a cabeça, beber água e tomar um pacote de açúcar para me segurar. ESTOU EXAUSTA!!! Ninguém consegue humanamente fazer tanta coisa ao mesmo tempo."

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