O Procurador-Geral da República (PGR), Pinto Monteiro, diz hoje ao "Diário Económico" que a violência escolar pode ser o "embrião" de outros níveis de criminalidade. O PGR vai mais longe e sustenta que há escolas onde se formam pequenos gangs que, mais tarde, transitam para grupos de bairro armados e perigosos.
Órgãos directivos têm de denunciar
É preciso mais autoridade para os professores, sustenta o PGR, mostrando-se contra a violência e o sentimento de impunidade nas escolas. "Impõe-se que seja reforçada a autoridade dos professores e que os órgãos directivos das escolas sejam obrigados a participar os ilícitos ocorridos no interior das mesmas". O que, "até agora, raras vezes, tem acontecido", diz Pinto Monteiro.
«Algumas escolas formam gangs»
Procurador-Geral da República está preocupado com a violência contra professores, defendendo a necessidade de reforço da autoridade. Na sua opinião, a violência escolar funciona, em certos casos, como uma espécie de «embrião» para níveis mais graves de criminalidade, uma vez que a violência nas escolas «existe e tem contornos preocupantes».
Quando é que os políticos percebem que, se não puserem travão à violência, não serão apenas os alunos, funcionários e professores a pagar por isso.
Grande consolo o do iluminado Valter Lemos que diz que a violência vem do exterior das escolas para o interior... Para não falar do mediático, mas não menos iluminado Albino Almeida da CONFAP que afina sempre pelo mesmo diapasão da ministra e do seu secretário. Mas estes senhores não sabem que é nas escolas que os alunos passam a maior parte do dia? Não é aí que ela se manifesta com maior frequência? E o que faz o governo, se os pais não assumem a sua responsabilidade educativa? Esses jovens delinquentes de hoje serão os grandes criminosos de amanhã. Vejam o que acontece no Brasil. Devido à inércia deste governo e à teimosia em não reconhecer o perigo desta situação, apesar dos avisos do PGR, pode antever-se um futuro em que teremos de comprar armas de defesa pessoal. Neste momento, isso já acontece nas localidades da linha de Sintra e em outras zonas periféricas de Lisboa (vide e. g. Expresso de 21 de Março de 2008)
Quanto à violência no caso da Carolina Michaelis, subscrevo inteiramente a opinião de Henrique Monteiro no seu blogue (http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/275347) de que aqui transcrevo uma parte:
"Há 40 anos, se um professor quisesse retirar um objecto a um aluno, bastava pedi-lo. O aluno entregava-o. Não por medo de represálias do professor, mas pelo respeito que aquele lhe infundia. Por vezes, por medo que os pais soubessem que se tinha portado mal na escola.
Se não entregasse o objecto, seria posto na rua da turma; provavelmente suspenso por uns dias.
Este foi o sistema que destruímos a troco de nada.
O retrato que este pequeno vídeo faz das nossas escolas é, para mal dos nossos pecados, bastante real. Ao fim de mais de 30 anos de experiências, foi onde chegámos.
Que mais será necessário para perceber que fizemos tudo errado?
- Destruímos a autoridade dos professores;
- Minámos o respeito dos alunos pela escola e pelos seus símbolos;
- Aceitámos que as crianças eram naturalmente boas e queriam aprender;
- Facilitámos a aprendizagem para favorecer as estatísticas;
- Impedimos que os mal comportados fossem separados dos bem comportados, bem como recusámos distinguir entre os que têm e não têm aproveitamento;
Infelizmente, muitos eduqueses do Ministério acham que estamos no bom caminho. Mas basta um minuto para se ver como isso não passa de uma enorme mentira.
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Há 2 anos
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